Mulheres, o que realmente importa?

segunda-feira, outubro 10, 2016

Às vezes eu fico muito entristecida e tenho uma inquietação na alma quando vejo crianças na rua sofrendo, mulheres marginalizadas, grávidas ou bebês desamparados. Minha vontade é de correr e fazer algo. 

Daí eu lembro de uma frase que ouvi minha vida toda:  “A caridade começa em casa.” E olho quatro pares de olhinhos sedentos por brincar e aprender, necessitando de uma mãe que esteja realmente presente. Amando cada bolo, usando a mãe de escudo quando o outro irmão vem atacar, gritando pra limpar o bumbum, contando as novidades. Também tenho uma casa para deixar pronta e aconchegante para receber o marido cansado da labuta, com uma sopa quente e cheirosa.  



Se eu negasse toda essa vocação que Nosso Senhor me confiou, e que me faz tão realizada, para fazer coisas externas a pretexto de amor aos demais, eu estaria apenas alimentando uma vaidade e não seria a verdadeira caridade. Seria como uma jovem que deseja ser a Santa Joana d’Arc da internet, como muito se vê por aí. Moças que realmente parecem desejar cumprir a vontade de Deus, mas acabam preferindo, talvez por falta de formação humana, brilhar somente com artigos políticos ou análises econômicas e científicas e opiniões radicais na internet, sem procurar seguir sua vocação de esposa e mãe, e esperando um homem perfeito que nunca existiu – à exceção do Salvador. 

Crises de vocações surgem, é algo normal até.  Mas quando se idealiza algo e não se deixa Deus agir realmente na vida de cada um aparece essa enorme quantidade de jovens perdidos. Mulheres que desejam uma vida perfeita e homens que esperam mulheres perfeitas.


Aplausos, seguidores, fãs, e apaixonados não são necessariamente bons frutos. Se fizermos qualquer trabalho buscando isso estaremos errando e seremos infelizes. Seria como tentar matar a fome com um pacote de salgadinhos, que disfarça na hora, mas não vai alimentar.

É claro que não existe glamour quando se abraça a cruz. Contudo, encontra-se a real felicidade em descobrir nossos defeitos mais latentes e na luta pela sua superação. Quando alguém se sente o tempo todo superior e acima do bem e do mal, algo está errado e precisa ser mudado.


Antes de buscar fora, é preciso se perguntar o que tem dentro para arrumar. Esperar o homem ou mulher perfeita, o emprego dos sonhos, a casa toda montada para só então pensar em casar e muito depois ter filhos é adiar a felicidade e parcelá-la, trocando-a por coisas bonitas, mas que são só... coisas.

“Marta, Marta, andas muito inquieta e te preocupas com muitas coisas; no entanto, uma só coisa é necessária.” (Lc 10,41b-42a)

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14 comentários

  1. Este post foi apaixonante. Me conforta muito, agora que sou casada e me preparo pra maternidade

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  2. Texto incrível! Inspirador. Obrigada.

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    1. Eu quem agradeço a caridade das mensagens de vocês. Continuem comigo aqui no blog.

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  3. ótimo esse texto! Muito formativo.
    Parabéns.

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  4. Adorei! Parabéns Aline por ser tão mulher de Deus e obrigada por compartilhar. Certamente ajuda muitas outras mulheres! Deus te abençoe!

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  5. Aline, cada pessoa tem sua vocação. Nem todas são chamadas ao casamento. É claro que as mulheres que se sentem chamadas ao matrimônio fazem bem, mas São Paulo nos diz inclusive que é melhor não se casar para não sofrer a tribulação da carne, e que se um pai tem uma filha que a conserve solteira porque acredita que dessa forma ela será mais feliz. Descobrir uma vocação demanda tempo e reflexão.

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    Particularmente acho Santa Joana D'Arc incrível. A Fortaleza é uma virtude importantíssima para quem quer um matrimônio espiritual com Deus e atingir um grau alto de perfeição cristã.
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    Acredite: toda vaidade desaparece quando você tenta se aproximar de um mendigo para deixar comida sem saber se ele está drogado ou não. Nesses instantes você luta contra o medo. Ou quando você tenta confortar uma pessoa doente, pois ela pode te receber bem mal devido a impaciência que traz o leito de um hospital.
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    A vida de uma mulher que escreve artigos políticos, científicos e econômicos não é só aplausos e fãs apaixonados. Existem os inimigos, as críticas e invasão de privacidade, como qualquer pessoa que se expõe hoje na internet. É um ambiente muito perigoso para desenvolver vícios espirituais: ira, soberba e vaidade. Mas também para desenvolver virtudes.

    E por fim: Caridade começa, mas não termina em casa. Até mesmo os pagãos amam sua família... busquemos a perfeição!

    PS: Gosto muito de visitar seu blog.

    Fique com Deus. 

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  6. Eu nunca neguei isso, minha querida. Sei que caridade não termina em casa. Sei que nem todas são chamadas ao matrimônio. Mas eu não posso, em um artigo pessoal, de tom bem informal, em um blog, querer fazer um tratado que abarque todas as vocações. O problema não é escrever artigos políticos. Nunca foi. E eu não escrevi contra elas. Escrevi é a favor da essência. Só isso.

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  7. Vou ser mais clara: você usou a figura de Santa Joana D'Arc como estereótipo de meninas agressivas, vaidosas, desordenadas e confusas. Isso não foi adequado.
    .
    Uma mulher que tomou Santa Joana D'Arc como exemplo foi Santa Terezinha do Menino Jesus. Santa e Doutora da Igreja.
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    Santa Terezinha que realmente queria ser uma segunda Santa Joana passou toda sua vida no anonimato...
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    Com certeza você está desempenhando sua vocação muito bem. Ser mãe e esposa é algo belíssimo, mas justamente por isso não precisa criar juízos temerários em relação a moças que você sequer conhece e que diferente do que você falou, podem ser movidas por um senso forte de retidão e justiça.

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  8. Não, eu não usei Santa Joana como estereótipo. Eu disse que muitas meninas ACHAM que são novas Santa Joanas, como muitos meninos pensam que são novos cruzados. Não sabem lavar a louça e querem salvar o mundo. É essa a tônica. O resto é interpretação equivocada da tua parte quanto ao que escrevi.

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  9. Obrigada pela explicação. Acredito que suas intenções tenham sido outras, mas a forma como você escreveu acabou por criar um estereótipo. Espero que compreenda que isso é apenas uma observação sobre seu texto.
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    No mais concordo com boa parte dele.

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    1. Nunca um texto, fora da Sagrada Escritura, será perfeito. E mesmo assim a própria Bíblia pode ser mal compreendida. Há não só a limitação humana da escrita - e a da compreensão do ouvinte e leitor -, como, principalmente, a impossibilidade prática de tratar qualquer assunto à exaustão, esgotando absolutamente todo o tema. Nem uma enciclopédia conseguiria tal façanha, muito menos um post de blog, escrito de modo informal e pessoal, qual um desabafo. Esperar rigor técnico-científico é ignorar os estilos textuais.

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    2. De qualquer modo, caríssima, eu agradeço que tenhas exposto tuas dúvidas, para que, no diálogo, possamos esclarecer os pontos controversos. Um abraço, e obrigada pela presença.

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