A solidão que o feminismo causa

quinta-feira, novembro 22, 2012

Do blog Mídia sem Máscara, e, primeiro, do O Marxismo Cultural.

Pois bem; ela agora está pronta, mas o corpo dela  já não está.Bibi

Há alguns anos atrás, quando ela tinha 44 anos, e ainda era solteira, Bibi disse:

Estou a olhar para dentro do longo barril dum futuro solitário sem marido, abandonada, sozinha e sem filhos. Como é que eu me meti nesta posição tão delicada? Um dos motivos é o fato dos homens gostarem das mulheres mais novas. Sim, eu também já fui jovem e tudo o mais. Quando estava na casa dos 20 e dos 30, eu não era propriamente uma super-modelo, mas estava constantemente rodeada de homens. O problema é que na altura eu não queria "assentar".

Ela agora teve que aceitar que é demasiado velha para ter filhos, e isto deixou-a desolada:

Não consigo verbalizar o quão doloroso é não ter filhos. Sinto dores físicas precisamente onde o bebê haveria de crescer [útero].
É aterrador saber que o meu legado começa e acaba comigo. Portanto, não haverá fotografias de reuniões familiares minhas e dos meus irmãos; não haverá momentos onde observarei, orgulhosa, os filhos a crescer; não há lugar natural no ciclo da vida.
Vocês, mães, criaram a próxima geração. Uma nova linhagem - filhos e provavelmente netos. que são vossos e vocês são deles. Se vocês pensam que estas são palavras duma mulher amargurada que destruiu a sua própria vida e que agora está com inveja... então estão 100% corretas. Fico morta por dentro em saber que vocês [as mães] têm o bebê e eu não. Por que é que não aconteceu comigo? Sempre quis crianças, sempre assumi que teria crianças e que só não as tinha tido ainda porque só estive num relacionamento suficientemente sério para as ter.
Com 40 anos, e ainda sozinha, descobri que era demasiado velha para a NHS IVF [National Health Service, In Vitro Fertilization]; não tinha dinheiro e como tal enterrei a minha cabeça na areia do "leio com frequência histórias de mulheres que engravidam na casa dos 40!"
Foi então que o meu pai morreu. A dor reavaliou a minha a voltei a centrar-me em mim. (As pessoas querem sempre criar algo quando alguém morre. Um livro, uma pintura, uma criança.) Enchi-me de coragem e fiz os meus testes de fertilidade. Os mesmos revelaram que, com 46 anos, as minhas probabilidades de ter um filho eram virtualmente nulas.
Foi então que me apercebi o quanto eu queria um bebê, e que nada do que eu tinha àquela altura significava alguma coisa, porque esse amor é o amor, e eu não o tenho e nem vou tê-lo, e como tal, não tenho nada.
Esse amor é a chave de tudo, não é? Esse é o motivo que me leva a estar tão frustrada e o motivo pelo qual as mães devem estar agradecidas. Foi-nos dito que o amor entre uma mãe e o seu filho é a emoção mas linda e mais realizadora que existe no mundo - o sentimento que finalmente dá sentido à nossa existência. Eu pessoalmente não sei porque nunca o experimentei. No entanto, se a agonia de saber que nunca vou sentir esse amor serve de forma de medição, então eu alteraria todas as decisões que alguma vez tomei que me levaram a este lugar horrível.
Já amei pessoas que morreram à minha frente, mas mesmo esse horror não se compara. A dor que eu sinto rasga-te por dentro (e ao teu futuro) porque, como me disse uma amiga que passou por esta situação e a quem, chorosa, contei toda a minha historia. "Nunca vais sarar, porque isto está bem dentro de ti. Isto era o que se supunha que você faria. Foi para isto que tu nasceste, mas tu não o fizeste."

Nunca vou ficar grávida, nunca vou ser protegida pelo pai do meu filho, nunca serei amada por ele como a mãe do seu filho, nunca amarei como vocês (as mães com filhos) amam, nunca serei amada como vocês são amadas. Eu nunca significarei para alguém aquilo que vocês significam.

Esta história ressalva um dos problemas da maternidade adiada. As mulheres da classe média têm apenas uma pequena janela de oportunidade (30 a 35 anos) onde é suposto elas tornarem-se sérias na sua busca dum parceiro, e ter filhos no momento em que a sua fertilidade começa a decair. É inevitável que muitas mulheres, e sem necessidade alguma, deixem passar esse breve período - especialmente aquelas que vagueiam durante essa pequena janela de oportunidade.
Atualmente, nos EUA, 25% das mulheres com educação universitária com idades compreendidas entre os 40 e 44 estão sem filhos. Isto é uma variação enorme, se considerarmos que no período pós-guerra, essa índice centrava-se em 10%.
Crê-se que os 30 anos sejam o momento crítico para as mulheres da classe média, mas será mais sensato recuar ligeiramente esse número como forma de dar tempo de encontrar alguém. Conhecerem-se, passar pelo noivado, casar e começar a ter filhos.
Isto faz muito mais sentido que entrar em correrias nos momentos finais, quando as mulheres e os homens provavelmente já se habituaram ao estilo de vida de solteiros, quando as mulheres têm que competir com mulheres mais jovens, e quando não foi dado aos homens qualquer sinal para se prepararem para o papel de marido e pai.

* * *

Nunca é demais relatar histórias em torno da forma como as mulheres foram, e estão, a ser enganadas pela forma de pensar feminista: carreira primeiro, filhos depois. Embora isto possa parecer cruel, a verdade é que estes relatos devem ser amplamente divulgados e mostrados às mulheres atuais que ainda pensam que "podem ter tudo".

A lógica e a razão não entram na mente feminista e como tal, pode ser  que os relatos de outras mulheres façam aquilo que a lógica e a razão não conseguem.

Bibi tem razão quando diz que não é atualmente uma super-modelo, mas olhando para a sua foto, e extrapolando alguns anos para trás, não é difícil construir um cenário no qual ela está rodeada por homens. A tragédia da história é que muito provavelmente qualquer um desses homens  estaria disposto em ser seu marido.

Mas ela decidiu que "não estava pronta"; primeiro era preciso investir na carreira e em si própria ao mesmo tempo que esbanjava os seus melhores anos com homens não-voltados para o casamento.

Pois bem; ela agora está pronta, mas o corpo dela  já não está.

Como disse o autor do texto, as mulheres têm uma janela de oportunidade relativamente reduzida para encontrar o futuro pai dos filhos, travar conhecimento, casar e gerar as crianças.

Se, pelo contrário, a mulher moderna resolve "esperar" durante os anos de beleza máxima (18-27), quando ela decidir que "está pronta", o tempo pode não jogar a seu favor. Por essa altura, não só ela tem contra si a idade (os homens estão programados para dar preferências às mulheres mais jovens), como tem também a biologia.

O feminismo enganou e continua a enganar as mulheres.

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2 comentários

  1. Sou católica e totalmente contra o feminismo,mas quanto pessimismo. A vida não é só casamento e filhos. Ela pode se dedicar à espiritualidade, ajuda do próximo. Tudo para Deus, feito de boa vontade e com santidade, é válido.

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  2. Estou com 27 anos e muito arrependida por não ter me dedicado a uma vida mais piedosa. Hoje em dia, sou servidora pública, tenho minha independência financeira e tudo mais, porém tudo o que eu digo - e com arrependimento - hoje é em dia é: GRANDE COISA!!! Antes eu fosse uma esposa e mãe, cuidando da minha casa. Seria infinitamente mais feliz e hoje não enfrentaria esse dilema de estar sozinha. Maldito feminismo! É o que eu tenho a dizer.

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