Dito isso, vamos a uma imagem que ilustra bem os tipos de saia conforme o comprimento:
Não existe um "dress code" cristão descrito em documentos infalíveis. Mas, conhecendo a psicologia masculina, como ela reage diante da sensualidade feminina, e sabendo dos princípios morais que nos ensinam que o corpo deve ser velado, protegido, para não mostrarmos as partes que podem ferir a castidade e ofender a Deus.
Do site quase homônimo, Feminina On Line, que é muito bom e é mantido por uma cristã luterana, a qual comenta aqui de vez em quando, trago um belo texto:
" As prostitutas da década de 50, se vestiam com mais decência do que muitas de nossas filhas hoje"
Essa frase não é minha, ainda não confirmei bem a referência dela. Ela é uma frase dura, ríspida, você pode questionar algo referente a contextos distintos, mas no fundo ela nos leva a pensar, trás uma verdade amarga e nos faz refletir. Estamos indo de mal a pior no que se refere a educação básica das meninas adolescentes brasileiras. Estou falando aqui de todas as meninas, estou falando aqui da sua irmã, da sua filha, que você joga dentro da igreja no domingo de manhã, e o resto da semana não tem a menor idéia do que esta se passando nas suas relações, nos seus sentimentos, nas influências que ela vem recebendo.
Eu sou muito observadora, e cada vez mais tenho visto meninas de 11/12 anos envolvidas em um aprendizado de como prostituir-se, de como vender seu corpo para conseguir benefícios! São as meninas que mostram seu corpo para conseguir a atenção do coleguinha, são as meninas que dançam de forma sensual, que aprendem que dependendo da forma como se comportarem conseguiriam a atenção dos garotos. São as meninas que se orgulham de mostrar que os homens são todos iguais, que mandam e desmandam nos meninos. Isso esta tão forte que muitas meninas jamais encostaram em um garoto, mas dizem publicamente que o fizeram, divulgando frases do tipo: não me valorizou perdeu, babaca a fila andou, etc.. Porque elas tem que assumir esse papel de "mulher", elas tem que seguir esse padrão, seu valor esta relacionado a isso. Padrão esse que muitas vezes os pais não percebem, não conseguem ver o que esta por trás do batom forte, do óculos da atriz da novela, da música com mensagens sensuais, do vestido extremamente justo e curto. Muitos ainda acham bonitinho, ela só quer fingir que é de tal forma... Não podemos ser coniventes com essa situação.
O meio em que as meninas adolescentes vivem pode ser muito cruel: a pressão das colegas, a ausência do referencial paterno e materno, as mudanças no corpo, os hormônios, na mente a necessidade de assumir um lugar. Muitas meninas são filhas extremamente responsáveis, comportadas dentro do ambiente familiar, mas na escola, nas ruas o comportamento muda completamente e dá lugar a uma "mulher", uma imagem de mulher totalmente nojenta e perdida. Não ache que isso é normal, que é só um comportamento infantil, fique atento(a). Você como responsável por uma menina adolescente deve orientar, deve ser firme e amoroso(a). E espero que você comece a fazer isso desde o nascimento, porque se você deixar para dar atenção, formação para essas meninas só quando elas já estiverem na adolescência, pode ser tudo mais complicado, muito mais complicado.
Não basta para dar uma formação digna, cristã para as meninas, jogá-las na igreja domingo de manhã, jogá-la nos 20 min de escola dominical. É importante sim o vivenciar e participar do culto/missa (já que descobri que tenho leitores católicos e fiquei bem feliz com isso), é imprescindível participar dos minutos de partilha e formação comunitária, mas a grande parte da formação dessas meninas vai se dar na "Igreja Doméstica", vai se dar na vivencia cotidiana em família, vai se dar na experiencia de relacionamento familiar alicerçado na Palavra de Deus, e isso é exercício diário, a todo momento, é no seio familiar alicerçado Nessa Palavra que se dá a formação das crianças.
É lógico que temos configurações diversas de famílias. Temos famílias sem a presença materna, famílias sem a presença paterna, famílias onde o papel de pai e mãe é vivenciado por uma avó, por uma tia, e essas famílias devem ser acolhidas pela igreja, para propiciar a melhor formação possível para as crianças e adolescentes, e a melhor formação é cristã. Você pode me dizer que uma pessoa não precisa ser cristã para cuidar bem das crianças sob sua responsabilidade, e eu concordo com você que independente da religião qualquer pessoa pode ser um bom cidadão, pode ser um bom amigo, pode ser um bom profissional e tentar dar o melhor para os seus filhos, mas se ela não for cristã, e não permitir uma formação cristã para seus filhos, ela não vai estar propiciando o melhor para sua família, não vai estar apresentando o maior tesouro. Ela pode ser a pessoa mais atenciosa do mundo, pode fazer as maiores obras de caridade, mas isso não salva ninguém, não salva ela e nem a sua família. Sem Cristo não há salvação, há condenação.
MÃE E PAI! E aqui eu me incluo, porque mesmo ainda não tendo filhos, como garota eu tenho um zelo maternal por uma série de pessoas. Fiquemos atentos a nossas meninas! Não ache normal sua filha, sua irmã de 12/13 anos usar um vestido justo vermelho que mal cobre seu bumbum e um salto altíssimo. Não ache normal ela sair por ai tirando fotos de minissaia, com a mão no joelho, mostrando as suas "curvas", virada pra parede mostrando o bumbum, não ache normal as fotos com pernas a mostra numa cama fazendo biquinho, não ache normal as frases com cunho sexual, com comentários sobre experiencias sexuais. Mesmo que você tenha certeza absoluta que sua filha não esta fazendo nada "errado" longe dos seus olhos, que isso é só uma fantasia de adolescente, essas atitudes mostram que a visão de feminino dela esta completamente equivocada, que o ideal de "ser mulher" dela esta equivocado, e isso é muito perigoso.
A internet esta ai, e essas mesmas meninas estão expostas em perfils, pois bem, fique atento. E se você perceber essas atitudes, não adianta você surtar completamente de uma hora pra outra, mantenha a calma, ore, e converse com essa menina, oriente com firmeza, com pulso firme, mas com amor também.
Apesar de alguns contextos serem mais propícios que outros, é SEMPRE hora de recomeçar, é sempre hora de fazer diferente, é sempre hora para a mudança. NÃO desista das suas meninas, NÃO PODEMOS desistir das pessoas, não faça isso.
Eduque suas meninas! Proteja elas e as prepare para encarem a vida, prepare para que ela possa tomar boas decisões quando for a hora certa.
Artigo do Carlos Ramalhete, publicado ontem na Gazeta do Povo:
Costumo dizer que o feminismo tirou a mulher do pedestal para colocá-la no açougue. Nesta semana, infelizmente, pude perceber os dois lados da mesma triste moeda da negação da dignidade feminina.
Um adolescente me contou, chocado, de uma festa em que as mocinhas adolescentes dançaram na boquinha da garrafa e os rapazes se embebedaram para, confessadamente, terem coragem de agarrá-las à força.
No mesmo dia, eu li um texto pregando uma forma puritana e exagerada de pudor, que recomenda que as moças andem enroladas em panos rijos, como nas prescrições dos mais loucos fundamentalistas islâmicos.
Ambas as visões partem do pressuposto de que as mulheres não têm dignidade alguma. Para os primeiros, elas são frutas que rebolam para mostrar que estão maduras e prontas para colher. Para os segundos é a mesma coisa, o que os leva à recomendação de reduzir a visibilidade da sua condição feminina.
Ora, a dignidade feminina existe e a mulher deve ser respeitada, inclusive por ela mesma. Uma mulher em situação degradante choca mais que um homem na mesma situação, justamente por ser a dignidade da mulher maior que a do homem.
Quando uma moça se apresenta como mero objeto sexual, a ser agarrado a laço ou tendo que se esconder atrás de panos rijos e informes para não o ser, ela está atentando contra a dignidade de todas as mulheres. E o homem que partilha dessa percepção da mulher como coisa ou bem de consumo atenta não só contra a dignidade feminina, mas também contra a sua própria masculinidade, que deveria ser expressa como cavalheirismo.
O corpo da mulher atrai o homem; se não fosse assim, nenhum de nós teria nascido. Mas essa atração serve para que ambos se unam e, juntos, criem seus filhos. Filhos não são criados por peças de carne, sim por pessoas. Quando se nega, na prática, que a mulher seja uma pessoa, nega-se o próprio sentido da beleza dela. É o equivalente sexual da anorexia, do comer e vomitar para não aproveitar a nutrição e reconhecer na comida apenas o seu cheiro e sabor.
Entre o armário com shortinhos que mais parecem pochetes e o outro com fronhas gigantes para esconder que ali está uma mulher, deve haver um em que a moça pode se vestir de moça, em que a sua feminilidade será celebrada tanto na beleza quanto na dignidade, em que ela não será vista como bem de consumo, sim como pessoa digna de amor e de respeito.
A nós, homens, compete amá-las e respeitá-las como se elas já houvessem encontrado esse armário, sempre. Como as pessoas – não frutas – que elas são.
O texto abaixo, com as fotos, tirado de um blog de moda e estilo, é interessante. Antes, porém, duas observações:
1. É triste que nele se fale da modéstia das evangélicas e das judias, como se as católicas não procurassem essa virtude, como se as católicas pudessem se vestir de qualquer jeito, não atentassem ao pudor. É velha generalização que parece indicar que católico é qualquer um, mesmo que não viva sua fé, não se comporte como tal, não desse importância a, por exemplo, se vestir sem desagradar a Deus.
Isso, por um lado, é preciso constatar, tem origem no descuido que muitas moças e senhoras católicas têm, nos últimos anos, para com suas roupas. Realmente, a maioria não está se vestindo com pudor, como convém a uma católica. Todavia, não acho que por conta do erro de várias, o blog deva ignorar que católicas buscam, sim, a modéstia no vestir, como se só evangélicas e judias é que “se ligassem” no vestuário recatado.
Não custa lembrar que também as mórmons possuem um cuidado especial nessa seara, no que foi ignorado pelo blog.
2. Por outro lado, talvez seja positivo em um sentido mais profundo. Embora católicas devam, sim, cuidar do modo como se vestem, devam, sim, atentar ao pudor, ao recato, à modéstia, devam, sim, vestir-se sem desagradar a Deus, devam, sim, evitar a moda mundana, elas não seguem um “padrão rígido”, uma “lista do que pode e do que não-pode”. A moral evangélica, na maioria dos casos, é puritana (no sentido moderno e que extrapola o próprio puritanismo dos primeiros calvinistas) ou, em algumas igrejas, feita por “usos e costumes”.
Católicas deveriam buscar a modéstia – e nosso blog tem isso como um de seus objetivos –, mas sem aquela “neura” por medir centímetros ou procurar SEMPRE enquadrar uma determinada roupa no rol das peças proibidas. Claro, algumas vestes são absolutamente inadequadas, pela impossibilidade de adaptá-las a um modo mais recatado, ou por não ficar modesta em nenhum tipo de corpo. Em geral, porém, a católica bem formada sabe que, ao mesmo tempo, deve ocupar-se da virtude do pudor e do recato, e igualmente raciocinar por princípios e não por “listas”.
De qualquer forma, o texto não mostra as evangélicas e judias como seguidoras de listas, nem apresenta uma moral puritana, no que podemos insistir no ponto 1, acima. Fala-se, logo na primeira frase, que evangélicas e judias prestam mais atenção em formas, decotes e comprimentos.
Ora, se é verdade que não há um “padrão católico”, um “catholic dress code”, é também verdade, por outro lado, que as católicas, como as evangélicas e judias, prestam também atenção em formas, decotes e comprimentos! Não para analisar os milímetros, não para condenar todo e qualquer tipo de decote, mas prestam atenção, sim, e o texto erra ao não incluir essas mulheres, ignorando-as como se só judias e protestantes buscassem a modéstia.
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DISCRETAS MAS NÃO ‘SEM GRAÇA’
publicado por: Fernanda
Se judias e evangélicas prestam mais atenção à formas, decotes e comprimentos, então todos os outros ‘elementos de design’ do look passam a ser compensatórios (pro bem). Quem usa saias mais longuinhas e blusas mais fechadas devia ser o-bri-ga-da a fazer todo dia uma coordenação incrível de cores, coloridas ou mesmo entre neutras. E assim imprimir personalidade no look, tipo cores mais femininas num dia, cores mais criativas no outro, mais elegante no trabalho, mais ousadas numa festinha. Estampas e texturas diferentes também contam como interessância em cada visual que compõem. E variedade de modelos e caimentos, né, meninas – que ninguém precisa ter só um tipo de saia nem só um tipo de parte de cima. Vale saia tipo A, tipo tulipa, mais retinha, tipo sarongue, tipo envelope, com bolsos, com barras trabalhadas e vale também coordenar mangas em tamanhos diferentes, decotes diferentes e mais.
Vale prestar atenção nas proporções: saia mais longa pede blusa mais curta – boas medidas são o meio dos joelhos (pra barras de saias) e o ossinho do quadril (pra barras de blusas). E se a barra da saia sobe, a barra da blusa pode descer um pouquinho! A terceira peça, nos looks das moças de igrejas e sinagogas, devia também ser obrigatória: a modelagem mais justa ou mais soltinha depende da modelagem das outras peças – vestidinho mais solto com cardigan mais justinho, saia mais reta com jaquetinha mais solta (tipo isso). E terceira peça meio transparentinha é a melhor amiga dos visuais interessantes no calor! Atenção especial pros sapatos: quanto mais abertos, mais alongadores de pernas. Sapatos com gáspea alta ou mais fechados, cobrindo mais os pés, ajudam mais se a barra das saias estiver acima do joelho ou se combinados com meias (sem contraste entre cores de meia e sapatos).
Então anota: cores e formas são muito muito “manipuláveis” a nosso favor (eu também to na igreja quase todo dia!). E acessórios, né: colar brinco anel broche tiara conta mais pontos num visual que repete menos formas que os outros, vale dar atenção especial a esses complementos. Cabelo e make também contam muito!!! Diz que poetas se impõem métricas e rimas como desafio, pra se superar em criatividade – desse mesmo jeito as restrições do vestir de quem segue doutrinas específicas também pode funcionar como fator de estímulo e de originalidade…!
O sentido do pudor
Se o corpo é expressão da alma, a educação do corpo levará a apresentá-lo como manifestação adequada do ser espiritual da pessoa. A intimidade pessoal tem também um reflexo na intimidade corporal. (…) O pudor é o aspecto da educação que nos leva a apresentar-nos, sempre como pessoas com alma e corpo. É a defesa do aspecto pessoal do corpo, é evitar que apareça como simples objeto sexual. Uma vez que essa experiência do corpo como simples objecto apetitoso está dentro das possibilidades normais de qualquer pessoa, quando nos apresentamos junto dos outros procuramos evitar-lhes que caiam numa consideração meramente animal do nosso próprio corpo. E assim evitamos ser considerados como animais. Porque o nosso corpo é parte da nossa pessoa.
O pudor consiste em apresentar o caráter pessoal do corpo. O impudor consiste em apresentar-se como objeto sexual, em destacar o estritamente sexual, de maneira que chame a atenção do outro de maneira imediata.
As leis do pudor
Para saber o que é o pudor e o impudor no homem e na mulher, cada um deles deve ter em conta a diferença natural de percepção do outro. O homem reage naturalmente, de modo automático, perante os valores meramente carnais do sexo feminino, enquanto que a mulher não sente habitualmente essa mesma atração imediata perante o corpo do homem.
Por outro lado, o que é pudico ou impudico depende da situação em que nos encontramos e da função que tem que cumprir o vestuário.
Não é o mesmo estar a tomar banho que estar numa festa. O que é perfeitamente apresentável como fato de banho, é totalmente inadequado como fato de festa. Aparecer numa festa de sociedade em fato de banho, é apresentar-se de modo impudico, destacar o estritamente sexual. E assim o sentirão todos os presentes.
O pudor não se pode reduzir, portanto, a centímetros de roupa. Depende de um conjunto de fatores que influem na percepção que os outros têm de nós. Depende das diversas situações e da função do vestuário e depende também dos costumes no modo de vestir.
Se, numa sociedade em que todas as mulheres andassem com as saias até ao tornozelo, uma se apresentasse com a saia a meio da perna, chamaria a atenção. E a atenção recairia sobre aspectos significativamente sexuais.
Por outro lado, as mesmas mulheres que andavam com as saias até ao tornozelo, quando chegava a hora de ir trabalhar para a horta, não tinham nenhuma dúvida em recolher as saias, pois a situação assim o exigia, para não estragar a pouca roupa que tinham. E ninguém considerava que aquilo fosse impudico. Se todas as mulheres andam com a saia a meia perna, isso não chamará a atenção, nem provocará uma consideração basicamente sexual do corpo.
Mas nem tudo é uma questão de costume.
Há certas leis características da percepção que reclamam a atenção sobre um ou outro aspecto do corpo. Determinados tipos de decotes ou mini-saias, roupas cingidas, etc., não podem deixar de chamar a atenção sobre os aspectos provocativamente sexuais do corpo feminino. E não é questão de mais ou menos roupa. Pode ter mais roupa e menos pudor. Podemos ver isso, nalguns casos, na nossa sociedade.
Isto é também o caso de certas tribo, que habitam em zonas úmidas e quentes. As circunstâncias de ambiente e a sua falta de técnica tornam impossível a roupa adequada, pelo que andam quase nus. O pudor costuma expressar-se dissimulando o estritamente sexual, mediante uma simples faixa. Mas quando uma mulher quer chamar a atenção do homem, o que faz é precisamente cobrir o peito. As leis da percepção fazem que isso chame mais a atenção, uma vez que nunca anda coberta. E o que não se vê, mas se imagina, é mais provocativo que o que se vê normalmente, porque as circunstâncias fazem que esse modo elementar de vestir seja o único possível e, portanto, que seja pudico. Nessas circunstâncias, a percepção do conjunto da sociedade está habituada a expressar o pudor e o impudor sempre da mesma maneira.
O natural para o homem depende da sua formação cultural, pois essa formação altera a sua constituição neuronal e estabelece modos naturais de percepção, dificilmente alteráveis. O fenómeno contemporâneo da perda do pudor e do nudismo é algo totalmente diferente da nudez habitual e constante dos “bons selvagens”.
A intimidade corporal e a entrega
Uma vez que as condições ambientais, técnicas, culturais, podem tambem estabelecer leis próprias do pudor, define-se espontaneamente a fronteira entre o pudico e o impudico. E estabelece-se o limite natural da intimidade pessoal. O vestuário tem a função de personalizar o corpo, de expressar a própria personalidade. Por isso tem a função de estabelecer o grau de relação com uma determinada pessoa. Quando as leis do pudor estabeleceram o que define a intimidade corporal, estabelece-se uma união entre a intimidade pessoal e a intimidade corporal. As duas caminham a par, porque a pessoa é ao mesmo tempo corpo e espírito. Quando se entrega o corpo, entrega-se a própria pessoa. E quando se abre a intimidade corporal, abre-se a intimidade pessoal. Separar esses dois fatores produz uma ruptura interior da pessoa.
Como a pessoa é indissociavelmente corporal, para criar um espaço de intimidade espiritual, de riqueza interior pessoal, tem de se criar um espaço de intimidade corporal. Todos os torturadores sabem que a nudez corporal é um modo muito eficaz de rebaixar e destruir a dignidade e a resistência interna das pessoas. Quando uma pessoa não defende a sua própria intimidade corporal, isso significa que não tem uma intimidade pessoal a salvar.
A prostituição destrói o mais íntimo das pessoas, por isso provoca tanta pena ou tanta repugnância. Quem entrega o corpo sem entregar a alma, prostitui-se. Quem entrega a intimidade corporal sem entregar a intimidade pessoal, prostitui-se.
Por isso, a nudez, a abertura da intimidade corporal, deve estar sempre ligada à entrega mútua e total da própria pessoa, que se realiza no casamento. A nudez é sinal de abandono e entrega plena, por isso tem de haver uma entrega mútua e para sempre; doutra forma, haveria prostituição por parte de um ou de outro. Se a nudez não é expressão de uma entrega pessoal, então é porque essa pessoa se está apresentando perante os outros como simples objecto, com o seu inevitável valor sexual em primeiro plano.
(Mikel Gotzon Santamaría Garai, "Saber Amar com o Corpo")
Fontes do texto: http://a-dignidade-da-mulher-catolica.blogspot.com/2010/06/sentido-e-leis-do-pudor.html e http://femininaonline.blogspot.com/2010/03/pudor-no-vestirvoce-o-tem.html
Edição com as fotos: http://femininaonline.blogspot.com/2010/03/pudor-no-vestirvoce-o-tem.html
Nossas peças usam um tecido importado chamado Spandex; uma variação da Lycra, Spandex é um tecido que modela o corpo e não se move quando fazemos qualquer atividade, fica onde tem que ficar. As peças tem um comprimento maior que as normais proporcionando conforto ao caminharmos, agaixarmos e levantarmos. Abaixo seguem alguns exemplos da versatilidade de nossos produtos. Os tops podem ser usados sozinhos ou como um acessório! |
Do site/loja americano ESPECIALIZADO EM MODA MODESTA/RECATADA, Diviine Modestee:
Mais aqui (com explicações teóricas e fartos modelos) e aqui.
Compilo aqui trechos do Prof. Carlos Ramalhete, moderador da lista de e-mails Tradição Católica e Contra-Revolução, e diretor do apostolado "A Hora de São Jerônimo", sobre o tema do pudor, da modéstia, e sua aplicação aos tempos e culturas, como modo de evitar o puritanismo:
Um leitor perguntou: "Parece-me também haver uma tendência a ver puritanismo em tudo. Pelo andar da carruagem, não demora muito todos livros de etiqueta e comportamento escritos por padres católicos na primeira metade do século XX (p.e. "As três chamas do lar" e "Audit Filia") vão ser chamados de pequeno-burgueses e puritanos."
Ora, todo livro de comportamento e etiqueta procura determinar o que é apropriado para aquela pessoa, naquele momento, naquela sociedade. Um livro escrito na primeira metade do século passado vai certamente trazer conselhos que não encontrariam lugar num livro escrito, digamos, cem anos antes. Os princípios valem, mas é sempre necessário verificar o quanto dali é adequação do eterno à sociedade em torno e o quanto dali é simplesmente eterno.
Por exemplo: a nossa sociedade, infelizmente, tem essa maluquice de "adolescência", em que se impede o jovem de assumir as responsabilidades de adulto que ele deveria assumir. O resultado é que um livro que parta do pressuposto de que a jovem, por ter saído da infância, está prestes a se casar não vai corresponder às necessidades dela na sociedade atual.
Ao mesmo tempo, uma série de problemas, tentações e oportunidades (para o bem e para o mal) que existem hoje por causa da famigerada adolescência precisariam de tratamento, que não vão encontrar num livro de cem ou duzentos anos atrás.
E, enquanto isso, conselhos que têm como objetivo garantir que o jovem se adeque à sociedade de então, sem cair nos erros então comuns, hoje podem fazer com que, ao lugar de se adequar, ele se comporte de maneira percebida como bizarra ou mesmo doentia, sem evitar os problemas e tentações que evitaria se aplicasse os mesmos conselhos cem ou duzentos anos atrás.
O leitor continua: "Mas porque um livro católico de etiqueta e comportamento escrito nos anos 30, e adequado àquela época, não era então considerado puritano?"
Respondo.
"Erasmo [1466 – 1536] recorda o sermão de um monge loreno que, para tornar mais sensíveis aos seus auditores as vascas do inferno, lhes deu a ver o traseiro do seu sineiro. 'Vedes este buraco?', dizia ele. 'Cheira muito mal, mas o buraco do inferno ainda cheira pior!' (H. Estienne, Apologie, II, p. 162, in Bologne, J.-C., História do Pudor, Ed. Elfos, 1990; aliás, recomendo este livro)
No sentido oposto, Baldesar Castiglione, em seu Livro do Cortesão (um tratado de etiqueta, escrito em 1528 com excertos republicados pela Penguin Classics em 1967 com o nome de Etiquette for Renaissance Gentlemen), diz que um homem apaixonado deve não deve escrever nem dizer à sua dama quais os seus sentimentos, devendo, ao contrário, apenas suspirar, fazer um gesto de respeito e comportar-se de maneira tímida, transmitindo sua mensagem apenas pelo olhar.
Note que os textos têm algumas poucas décadas de distância, mas expressam visões tremendamente diferentes do que seria aceitável. O tal monge loreno provavelmente acharia que o Castiglione era afeminado, enquanto o Castiglione o veria como um grosseirão grotesco.
Um comportamento que fosse socialmente aceitável e moralmente correto na corte do Castiglione seria certamente muito mais contido que um comportamento socialmente aceitável e moralmente correto na Lorena do monge. O que eles teriam em comum?
- O cuidado de não colocar ninguém em ocasião próxima ou remota de pecado (pelo jeito o traseiro do sineiro do monge não seria percebido por ninguém como tentador!);
- O cuidado de não causar escândalo real (ou seja, de fazer crer que é correto um comportamento errado);
- O cuidado - e este é o ponto - de preservar a ordem social no que ela tem de moralmente neutro ou bom, procurando mudá-la (não confrontá-la) no que ela tem de mau.Assim, um livro escrito no começo do século passado vai recomendar respeito a determinados padrões de vestuário e comportamento por eles serem os padrões vigentes naquele momento, naquele meio, sem que isso faça deles algo mais do que o que são. Estes padrões são, no contexto, perfeitamente aceitáveis e o desrespeito a eles colocaria as pessoas em ocasião remota ou mesmo próxima de pecado. Uma mulher vestindo calças, por exemplo, seria algo inaudito, que certamente faria com que os homens as respeitassem menos. Isso é cultural.
Já no nosso tempo, é perfeitamente possível usar calças que não sejam indecorosas (como as das moças que andam fantasiadas de salsicha pela rua, com umas calças que me informaram serem usadas para fazer ginástica); o equivalente da mulher de calças de 1930 seria hoje a mulher de coturnos, cabelo raspado e camiseta sem mangas sem nada por baixo.
Do mesmo modo, um manual de etiqueta para mulheres cristãs no Afeganistão provavelmente vai recomendar que elas nunca saiam sozinhas e sem véu. Não vai nem ser necessário falar de calças!
Em uma sociedade que é culturalmente mais puritana, como a sociedade do auge da modernidade, em que chegaram ao máximo possível na civilização ocidental as regras do puritanismo burguês, haverá sempre uma série de regras que são aceitáveis por serem parte de uma ordem social, mas que não são, por si só, moralmente relevantes. O que as faz relevantes é a ordem social em que elas se incluem, que é um bem, e o fato de elas não serem imorais, mas moramente neutras dentro do contexto social em que elas são vividas.
"(...) [E] um blog católico de etiqueta e comportamento, mesmo adequado à época atual, é automaticamente tachado de puritano?"
Olha, como eu não conheço o tal blogue, não falo nada. Mas aparentemente, o ponto é justamente que ele não é adequado à época atual. A diferença entre pregar que é sempre errado uma moça usar saltos altos e que é sempre errado uma moça não usar uma armação de vime por baixo da saia (como se usava 150
anos atrás; as chamadas "anquinhas") é de grau, não de essência.O que é sempre errado é se vestir de maneira provocante, o que muitas vezes não tem nada a ver com o tamanho do salto.
Excelente artigo do Pe. Françoá, no site Presbíteros:
Diversão no carnaval
Pe. Françoá Costa
Divertir-se é muito bom. Quem não gosta? A diversão revigora as nossas forças e quando é realizada em companhia dos demais nos torna mais generosos e mais sociáveis. Aproximam-se dias maravilhosos para a diversão, os do carnaval. O ócio também é educativo quando bem vivido. Já Santo Tomás de Aquino, e antes dele Aristóteles, falava da virtude que põe o justo meio entre a relaxação no lúdico e a seriedade excessiva, trata-se da virtude da eutrapelia. A “pessoa eutrapélica” é a pessoa bem orientada nas diversões, com boa agilidade e que conserva a elegância do espírito também nos momentos lúdicos. Os santos são exemplos de pessoas eutrapélicas. S. Felipe Neri e S. João Bosco são conhecidos, entre outras coisas, pelo bom humor; S. Josemaría Escrivá costumava dizer que em 1928, quando fundou o Opus Dei, tinha “somente vinte e seis anos, graça de Deus e bom humor”; de S. Tomás Moro parece que se populariza cada vez mais a sua oração para pedir o bom humor; também o futuro beato, João Paulo II, é muito conhecido pela sua alegria, bom humor e jovialidade. A santidade sempre é alegre e divertida, tem rosto amável e por isso atrai.
A eutrapelia é uma virtude que se enquadra dentro da virtude da modéstia, que por sua vez é parte da virtude da temperança. Diz Santo Tomás que a virtude, essa força habitual para realizar um bem determinado, tem a ver com duas realidades: em primeiro lugar diz relação aos vícios contrários que exclui e as concupiscências que refreia; em segundo lugar, diz relação ao fim que pretende alcançar. E, no que diz respeito aos vícios e as concupiscências, a virtude – continua S. Tomás – é mais necessária aos jovens dado que nesse período encontra-se neles a concupiscência deleitável devido ao fervor da idade, ao fogo da paixão (cfr. S. Th. II-II, q. 149, a.4c).
A pessoa humana não aguenta trabalhar o tempo todo e nunca descansar. É necessário que de tempos em tempos descansemos. Se esticarmos uma corda e a deixarmos tensa durante muito tempo, não aguentará, se partirá. Não podemos viver numa tensão permanente; se assim fosse, nos quebraríamos. É muito importante que nos entreguemos às diversões, aos jogos e às festas, nas quais se busca o prazer que nos faz descansar. Logicamente, essas diversões, jogos e festas, deverão ser conforme a reta razão, pois devemos ser virtuosos aos divertir-nos, com autêntica eutrapelia.
Atuar com excesso nas diversões mostra que o apetite do que se diverte é desordenado, fora da ordem da razão. São Paulo adverte: “nada de obscenidades, de conversas tolas ou levianas, porque tais coisas não convêm; em vez disto, ações de graças. Porque sabei-o bem: nenhum dissoluto, ou impuro, ou avarento – verdadeiros idólatras! – terá herança no reino de Cristo e de Deus” (Ef 5,4-5) . “Scurrilitas”, em latim, e “eutrapelia”, em grego, são as palavras originais que em português são traduzidas por “conversas levianas”. Não obstante, essa eutrapelia da qual fala S. Paulo não é a eutrapelia da qual falávamos acima, mas das “conversas levianas”, isto é, na linha do excesso do espírito lúdico. Se não há excesso, se o jocoso é usado para relaxar um pouco das tensões do cotidiano, se a diversão não é tomada como um fim em si mesmo e se são diversões que não ofendem a Deus, não só é lícito entregar-nos aos prazeres das diversões, mas é também muito aconselhável.
No entanto, brincar o carnaval com sentido cristão e, por tanto, também humano, não é fácil. É possível se há organização: em família e com amigos responsáveis. Nesse sentido, alguns movimentos da Igreja Católica, máxime a Renovação Carismática, tem o costume de organizar eventos de oração e de encontro durante esses dias. Trata-se de uma iniciativa assaz louvável. Cada família, cada grupo ou associação poderia, com criatividade, encontrar maneiras de divertir-se à beça, fraternalmente e aproveitando o tempo para viver essa dimensão tão humana e tão cristã, a alegria. Logicamente, não é necessário que seja um encontro de oração. Poderia ser também. O importante é aproveitar para que tenhamos momentos alegres com os outros através de encontros amigáveis, educados e respeitosos dos bons costumes. Também é importante que haja um bom almoço e – por que não? – um futebolzinho ou algo semelhante.
Há poucos dias, estive conversando com um amigo sobre um tema típico de ciência-ficção: o que aconteceria se, por pouquíssimo tempo, a gravidade dos corpos deixasse de existir em toda a terra? Parece-me que acabamos por concluir, não de uma maneira científica, mas intuitivamente, de que seria o caos.
Se os objetos deixassem de atrair-se teríamos um espetáculo assombroso e não desejável de ver-se: carros, a 120 km/h, que de repente se elevam no ar e, sem direção, vão a qualquer parte; pontes que poderiam soltar algumas junturas e sair do seu lugar habitual; pessoas que, em seu passeio vespertino, se veem sem um ponto de referência; restaurantes com todos os produtos alimentícios nos ares, as cadeiras com os seus clientes suspendidos a 1m e o caldo das panelas saindo das mesmas e caindo na cabeça do primeiro que encontrar, ou melhor, sem gravidade o caldo também poderia “cair para cima”. Seria uma loucura! O que aconteceria com as águas dos oceanos, com os incêndios que estão acontecendo agora mesmo, com os icebergs, com os aviões que estão em plena pista já no ponto de decolagem, com cantores e artistas em geral em suas apresentações, com … ? Agora, imagine só, tudo isso por um minuto. Depois desses 60 segundos… tudo voltaria ao normal? Certamente que não. O carro que estava a 120 km/h, quando a gravidade voltasse, onde estaria? Não na ponte, provavelmente, mas no rio; os que estavam para atravessar uma ponte, onde estariam? E os aviões? E?
Não adianta fazer um montão de barbaridades, pensando que quando chegar a Quaresma tudo vai se arrumar. Isso é ilusão! “No coração dos homens, Deus tem sido colocado aos pés de Satanás”, dizia G. K. Chesterton. “Depois me converterei”, poder-se-ia pensar. No entanto, ninguém poderia garantir a alguém que pensasse assim que na quarta-feira de cinzas tal fulano ainda estaria vivo. Deus sempre nos perdoa, nos restaura, mas, sem dúvida, os vícios contraídos em momentos de farra, deixam a sua gosma nojenta.
“Em toda parte os malvados andam soltos, porque se exalta entre os homens a baixeza” (Sl 11,8). Esse versículo do salmo bem poderia aplicar-se a algumas manifestações carnavalescas. Já que entre os homens se exalta a baixeza, e não preciso pensar muito para concluir que é assim mesmo, os malvados andam soltos e continuam disseminando as suas tresloucadas ideias. Aos retirar os valores tidos como tais e trocá-los pelos falsos valores, vê-se o assombroso resultado: crianças que perdem a inocência, adolescentes e jovens semelhantes a bestas que não conseguem submeter as paixões à razão e à vontade, famílias que se desintegram. A lei da gravidade dos costumes está desaparecendo! E o que acontecerá?
Não percamos a gravidade de filhos de Deus. Vamos divertir-nos, e até dar gargalhadas, mas o faremos sempre dentro da virtude e do sentido que temos da nossa filiação divina. Tenhamos sempre em alta estima, em meio às nossas diversões, virtudes como a sobriedade no uso dos alimentos e das bebidas, amor à santa pureza e ao pudor, a honra à palavra dada, a generosidade na escuta e no serviço aos outros. Tudo isso é eutrapelia. Não se trata de ser chatos nem relaxados, mas de ser santos fazendo com que seja amável e alegre o caminho da santidade. Na presença de Deus, todos nós teremos um bom carnaval, divertido e normal, com eutrapelia e amor de Deus. Bom carnaval, então!
“A prática do pudor e da modéstia, no falar, no agir e no vestir, é muito importante para criar um clima apropriado à conservação da castidade, mas isto deve ser bem motivado pelo respeito do próprio corpo e da dignidade dos outros... os pais devem vigiar a fim de que certas modas e certas atitudes imorais não violem a integridade da casa.
(…)
Os pais devem então ensinar a seus filhos o valor da modéstia cristã, da sobriedade no vestir, da necessária autonomia em relação às modas, característica de um homem ou de uma mulher com personalidade madura.
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Visto que durante a puberdade um rapaz ou uma jovem são particularmente vulneráveis as influências emotivas, os pais têm o dever, através do diálogo e do seu estilo de vida, de ajudar os filhos a resistir aos influxos negativos que chegam do exterior e poderiam levá-los a subestimar a formação cristã sobre o amor e a castidade.”
(Pontifício Conselho para a Família. Carta “Sexualidade Humana: Verdade e Significado”, 1995, ednº 56 e 97)
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