Be like Audrey: 10 maneiras de ser adorável, feminina e elegante

quinta-feira, fevereiro 26, 2015

Quem me acompanha já deve saber que tenho Audrey Hepburn como um dos ícones de elegância, modéstia no vestir e inspiração para ser adorável e feminina. O estilo dela realmente me fascina.

Uma determinada página católica que também fala do assunto modéstia, todavia, insistiu em uma série de "indiretas" ao meu apostolado, como se eu colocasse Audrey Hepburn no lugar da Virgem Maria, ou tivesse a atriz como meu exemplo maior de virtudes. E ainda acrescentaram que, por ter sido casada várias vezes e ter interpretado um papel de prostituta em um filme, ela não poderia nunca ser imitada.

Qual o problema de uma atriz interpretar um papel? Então os filmes não teriam bandidos e acabam os seriados policiais. Em um filme de terror, quem fará o papel do monstro? A prostituta foi no filme Bonequinha de Luxo. E o filme NÃO exalta a prostituição, mas mostra a infelicidade de uma acompanhante de luxo (prostituta, claro), que não tem objetivo na vida, um norte, e nem um amor, e como ela descobre tudo isso ao remover as barreiras que ela mesmo construiu para se proteger do mundo. O filme retrata também o valor da amizade e como a confiança deve ser construída aos poucos. Possui uma bela lição moral.



Bem, católica não era e certamente foi moldada por critérios mundanos. Ainda assim não há nada nela que imitar? Ora, virtudes humanas, HUMANAS, independem de santidade ou heroísmo nas virtudes sobrenaturais. Audrey não é imitada por mim como se uma santa fosse, mas tida como exemplo naquilo que ela pode servir de exemplo. E só. Nada mais do que isso. Aliás, os Padres e Santo Tomás viam virtudes humanas nos pagãos. A página a que me referi insinua que eu coloco a atriz no lugar de Nossa Senhora, que não tenho a Virgem por modelo e sim a Audrey. Isso é um disparate e uma ofensa, o que já bem mostra a intenção dessa outra página, que até mesmo o nome do meu apostolado plagiou. Dá para levar a sério gente assim?


Pensando nisso resolvi compilar alguns dos motivos que me levam a considerar que ter Audrey como um dos modelos nos fazem mais adoráveis, femininas e elegantes.

1. Audrey era discreta e não se vestia de modo extravagante.


Vejam o jeito como ela se trajava. Não falo do figurino dos filmes. Ali ela era um personagem. Falo das roupas da vida real. Sempre discreta e feminina. Usava calças de modo natural. Priorizava vestidos e saias. Cortes delicados. Nada de ousadias, grandes fendas, decotões. Audrey é o contrário de uma Lady Gaga e de uma Paris Hilton. Suas roupas faziam com que ela brilhasse sem precisar chocar. E elas não chamavam a atenção para um determinado atributo: a Audrey Hepburn completa transparecia em suas vestes.


Claro que se você não tem um estilo clássico, nem sempre poderá aproveitar o guarda-roupa semelhante ao dela, mas é possível adaptá-lo, com sabedoria e bom senso, a qualquer estilo.

2. Audrey pensava nos outros e inspirava bons exemplos.

Audrey é um exemplo de superação pessoal e, mesmo de origem nobre, passou privações e soube dar a volta. Aliás, Audrey honrava exatamente essa vocação da nobreza, que foi perdida, em grande parte, após o Renascimento, e mais ainda com o aburguesamento da vida moderna. O nobre, na tradição clássica, é aquele que tem determinada condição de vida para liderar, inspirar e proteger. Um nobre é um descendente de uma determinada casa ou dinastia que teve em seu fundador alguém tão destacado por seus serviços (proteção à nação, valor em combate, capacidade de liderança etc) que foi premiado pelo rei. 

Sua mãe era uma uma baronesa holandesa descendente de reis ingleses e franceses e seu pai um banqueiro irlandês.

Em um mundo em que muitos nobres - e não-nobres - se esquecem de sua vocação de serviço, Audrey é um exemplo que prega com as atitudes.

Se bem que a ONU deve ser vistas com muitas reservas por sua agenda absolutamente anticristã, pró-aborto, contra a família, Audrey ajudou o UNICEF, fundo ligado à Organização, no combate à fome e na distribuição de mantimentos e alimentação em zonas atingidas pela guerra e pelos desastres naturais.



3. Audrey detestava a vulgaridade, e amava o luxo, mas sem excessos.

Amar o luxo pelo luxo é vaidade. Gostar dele pelo que o luxo evoca pode ser bom. Apreciação estética, demonstração da beleza da vida, sofisticação das formas, e combate prático a uma moda vulgar. Essa foi a missão de Audrey no mundo da moda. Você nunca verá Audrey Hepburn comportando-se como essas atrizes modernas, lésbicas, drogadas e bêbadas por aí, vestindo microssaias que mostram até o útero. 

Por vezes, ela não estava exatamente modesta? Pode ser. Mas lembremos que ela não era informada por valores completamente cristãos. Ainda assim, ela é um exemplo para muitas meninas que vão à igreja hoje de forma indecente.

Até o jeito dela fumar era elegante. Não parecia essas chaminés ambulantes que andam apertando seus cigarros com força, pouco ligando para o prazer do ato. Audrey era delicada até nisso.

4. Audrey apostava no clássico preto e branco, porém sabia ousar com seu red dress.

A frase se explica, não? Audrey era clássica, mas flertava com a sofisticação. Certa ela. O terreno seguro é o nosso chão, mas, se temos olho bom e um espelho em casa, podemos dar uns saltos de vez em quando.


5. Audrey sabia combinar o look despojado com toques de elegância, abusando das malhas e tricôs, sapatilhas e scarpins.

Vestido longos, saias lápis, casacos bem ajustados, peles, luvas, chapéus, pérolas, tudo elegante. Mas nem sempre estamos assim impecáveis, não é mesmo? Audrey mostra bem isso: até um look casual pode ter um upgrade se acrescentarmos os itens certos para a sua composição.

 

6. Audrey valorizava a elegância externa como uma expressão de sua elegância interior.

É atribuída a ela esse pensamento: 

"Para ter lábios atraentes, diga palavras doces. 
Para ter olhos belos, procure ver o lado bom das pessoas.
Para ter o corpo esguio, divida sua comida com os famintos. Para ter cabelos bonitos, deixe uma criança passar seus dedos por eles pelo menos uma vez ao dia. 
Para ter boa postura caminhe com a certeza de que nunca andará sozinha."

Isso mostra como para Audrey Hepburn elegância era um conjunto, e não só um reboco exterior.



7. Audrey não buscava transparecer sensualidade.

Hoje, o mundo do cinema valoriza Megan Fox suando, com os seios quase à mostra, e uma calça que faz todo o contorno do bumbum e das coxas. Uma atriz na Rede Globo é mais valorizada quando aparece nua e com olhar sedutor, ou usando uma minissaia que mostra as calcinhas.


Audrey é o oposto de tudo isso. Sua postura e suas roupas mostravam que ela era mulher, valorizavam os seus atributos, deixavam claro que era bonita, mas o estilo fatal não existia ali e nem era sua intenção que existisse.

Ao contrário de tantas que nem mesmo a idade conseguiu emendar e gostam de se vestir, aos 60 e 70, como se fossem menininhas (e menininhas beeeem vulgares) de 20, Audrey soube envelhecer com dignidade.





8. Audrey era delicada e graciosa.

Esse ponto completamenta o anterior. Todos os traços de Audrey Hebpurn exalavam feminilidade, nos seus mínimos aspectos. Cheguei a escrever sobre isso analisando a foto abaixo, em um texto antigo, que transcrevo com uma ou outra modificação.


Audrey Hepburn está emblemática nesta foto. Seu porte cheio de nobreza, a distinção nos gestos, a calma, a afabilidade que é natural e não forçada, a correção na postura sem ser, todavia, pedante ou afetada, o apuro nas vestimentas denunciam uma figura em tudo dotada de feminilidade. A mulher adorável mostra-se nos seus gestos delicados e suaves, no seu sorriso simples, discreto, porém verdadeiro. Possui uma força de alma inquebrantável, um signo de cordialidade e paz, e uma douceur de vivre. Ela é toda encantadora.

A harmonia de seus traços combina com a grave suavidade com que ergue o rosto e com que fecha delicadamente as pálpebras. Uma maquiagem cândida, contrária a exageros e, por outro lado, a falsas naturalidades descabidas. O colar e o brinco, ambos de pérolas, indicando leveza. O coque combinando com o discreto chapéu, e as luvas sinalizando aristocracia. Não há nervosismo em seu aspecto.

O próprio modo como segura o segura o cigarro é característico: sem a vulgaridade tão comum em muitos que fumam, e, por outro lado, sem aquela artificialidade de quem quer soar aristocrático, e fumando de maneira absolutamente despreocupada. Mas o mais significativo é o seu olhar, ele é expressivo ao ser singelo e altivo. Ao mesmo tempo, há toda uma seriedade em sua fisionomia que se destaca em relação aos sorrisos fáceis de hoje em dia. Não que Audrey não sorria (tem, aliás, um sorriso cativante, como se nota em outras cenas), mas não lhes parece que hoje todos mostram os dentes com desnecessária constância?



9. Audrey era educada, culta e requintada em seus gostos, mas sem afetação.

Nossos tempos são tristes. A ignorância, a falta de estética e a breguice são exaltadas, em programas como o "Esquenta", da Regina Casé, ou na glamourização do funk carioca e seus subprodutos.

Por outro lado, alguns que se insurgem contra essa moda terrível e demolidora da cultura tradicional, se portam como esnobes e afetados.

Audrey Hepburn tinha educação, cultura e requinte. Apreciava as coisas belas da vida. Mas não era esnobe, não era caricata.

Tinha uma alegria de viver e gostava do que era bom, admirando a alta cultura, a literatura, as artes, bons vinhos, boa comida, viagens em grande estilo, sem aquele ar de falsa superioridade.

Tudo nela era natural. Não vivia, na vida real, Audrey Hepburn, um personagem da cultura e da elegância. Ela era culta e elegância por ser quem era, e por valorizar isso. É algo a nos ensinar.

10. Audrey tinha um olhar charmoso e lábios sorridentes, cultivando simpatia e uma aura de mistério, transmitindo segurança própria e alegria de viver sem exageros e descomposturas.

É o que procuro fazer, ainda que, como uma gaúcha típica, não seja lá muito de ficar mostrando os dentes.

O olhar que transmite uma mensagem. Lábios que, quando sorriem, não forçam. Simpatia aliada a algo desconhecido - e qual mulher precisa ficar escancarando sua vida? Isso faz perder o encantado, e os homens querem descobrir, querem se aventurar, querem ter algo de mistério a desvendar -; isso tudo mostra autoconfiança, amor próprio, segurança. A alegria natural de Audrey Hepburn nos ensina que austeridade pode conviver com austeridade, que modéstia não é andar como maria-mijona, que elegância não é ser um cabide de roupa da vovó nem comprar as coisas mais caras do mundo.

Vejam algumas fotos da Audrey que eu gosto muito abaixo.





Bom, pessoal, era isso. Espero que tenham gostado e, se ainda não são, se tornem fãs dessa grande figura que foi Audrey Hepburn. Aos que estão preocupados com a vida que ela levou, em vez de acusações genéricas - e sem contextualização - a pessoas mortas que não sabem se defender, façam, como católicos que dizem ser, uma oração pela sua alma para que tenha o repouso eterno junto de Deus.


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12 comentários

  1. Muito bom! Argumentou na caridade sem o apelo agressivo que página plagiadora faz!

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  2. Que excelente advogada essa Audrey arrumou!
    Cristiane.

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  3. Belíssimo artigo, Aline!! Audrey Hepburn pertence a um pequeno rool de mulheres em que a elegância vem do DNA. Parabéns! Sucesso!

    Anderson

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  4. Bravo Aline! Mais um texto que enobrece a alma!
    Já vi a tal suposta apóstola da modéstia escrever que Santa Gianna e a Beata Chiara Luce não são "exemplos" de modéstia por usarem calças... A pessoa quer opinar acima do que declara a Igreja... Não dá mesmo para levar a sério gente assim...
    Deus seja louvado por mulheres que dedicam a formar e elevar as almas das outras irmãs! Tens em mim uma fã e intercessora!
    Deus a abençõe!
    Maria Ythala Mourão - Goiânia/GO

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  5. Embora eu não seja super fã da Audrey, nada tenho contra ela. O fato é que não há mal algum em admirar e procurar imitar uma ou outra postura boa de uma inspiração, há mal sim em se fechar para o mundo e ver somente Nossa Senhora e outras santas.

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  6. Gostei muito do seu texto! Já era fã da Audrey, agora fiquei mais encantada ainda!
    Que Deus continue abençoando vc e sua família!
    :)

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  7. Aline, o que há mais belo em você ( na minha opinião) e digno de ser imitado é a sua entrega a maternidade, sua abertura a vida, os sacrifícios que certamente faz todos os dias por conta disto. Enfim , sua beleza de verdade não está em sua semelhança com a Audrey( sim, vocês duas são elegantes), mas o que tem importancia pra Deus em você, Aline, é o que a assemelha à Virgem Maria, Mãe por excelencia.
    Que o Senhor a abençoe sempre.
    Cristiane.

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  8. Perfeita releitura da biografia da Audrey, pois a personagem não é a atriz. Audrey teve um bom desempenho pessoa na vida, no trabalho e no trabalho social de deixar a marca aos mais necessitados. Cada um de nós precisamos nos redescobrir a cada dia, viver com a naturalidade, e nos modelar Segundo uma leitura relacionando a Razao com as emoções, e, Aline, você e seu cônjuge estão avançando e progredindo neste quesito para uma boa Vida familiar feliz. Eu também estou neste caminho, e, me identifiquei bastante com a sua visão de mundo. Portanto, vou encerrando com a relação a atriz de Bonequinha de luxo tem conosco é a nossa busca por servir ao próximo como nós nos servimos, que estará servindo a Deus. Foi um prazer conhecer o blog, que amplia a relação Razão, Fé e o nosso mundo. Recomendo às minhas amigas.

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  9. Muito bom, Aline!

    Também gosto muito da Audrey e a tenho como um ícone de elegância e bondade.

    Adoro seu blog.

    Abraços. Salve Maria!

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  10. Realmente ela era elegante, porém nem sempre modesta, mas nada que tire seus méritos. Agora elogiar até a maneira como ela fuma achei exagero. Ainda não tenho nenhum modelo humano como inspiração para a modéstia no vestir, por enquanto Nossa Senhora me basta. Embora não concorde com algumas posições suas sobre modéstia, lhe desejo sucesso. Paz e bem. Salve Maria Imaculada!

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