Passeando pela internet, “fuçando” em sites de decoração, artesanato, craft, e outras coisinhas de mulher, surpreendo-me com a quantidade de blogs voltados para esse lado artesanal, que todas as mulheres têm. Sim, arrisco-me a dizer todas, e se alguma acha que não possui é porque não despertou para isso ou não perseverou.
Eu mesma sou a prova viva do “começa-e-nunca-termina”.
Uma época, comecei no tricô uma manta, lembro até da cor, marrom, e nunca terminei.
Outra foi a pintura em tecido. Motivo justo da minha não-conclusão: uma menina de seis anos pinta melhor que eu.
Agora em Itaqui, inventei umas almofadas bordadas, estilo indiano. A novela vai acabar e as almofadas não estão nem na metade.
A única arte na qual eu ainda consigo terminar um trabalho é um ou outro ponto de cruz, mas ainda assim inicio uns cinco ao mesmo tempo e só concluo se me obrigo, me disciplino.
Pois bem, agora inventei o tal do crochê... pela internet! Em um blog ma-ra-vi-lho-so que eu descobri e que ensina qualquer um a fazer: http://superziper.blogspot.com/2009/06/aprenda-pontos-basicos-de-croche.html
Refletindo sobre a vastidão de blogs criados com o objetivo de ensinar a decorar aproveitando latinhas de leite, lojinhas de 1,99 e artes manuais fáceis, práticas e atuais (crochê para manter canecas de escritório aquecidas, por exemplo), percebi que a mão de Nossa Senhora está bem forte em nosso meio.
As mulheres que antes se revoltavam, que só que se tornavam workaholics, deixando esquecido este lado tão belo e peculiar do universo feminino, sentiram um vazio. Não acho que as mulheres devem ficar apenas em casa crochetando e bordando (embora quanto a isso eu nada tenha nada contra, pelo contrário, sei de inúmeros casos de mães de famílias que sustentam ou pelo menos ajudam a sustentar seus lares, fazendo deste lazer seu ofício).
O que pretendo “pensar alto” é sobre essa necessidade natural da mulher em procurar deixar seu lar mais aconchegante, acabar com as salas e quartos com cara de cozinha, frios, impessoais, milimetricamente planejados por um (a) estranho(a) que pouco conhece sobre o gosto de cada uma.
Minha felicidade é ver que esta busca pelo que é feminino, pelos detalhes, não está perdido, pelo contrário vem ressurgindo com força total. Além de ser útil, é mentalmente saudável para todas as mulheres esta ocupação. A mente fica livre, enquanto se praticam artes manuais, e assim é possível, enquanto se tricota, se borda, cultivar a vida interior. Assim como os homens se divertem, “fuçando” em suas garagens – mini-oficinas – ou encerrados em demasia em uma biblioteca (como meu marido), nós mulheres nos divertimos, nos ocupamos com estes pequenos afazeres, no qual já se deviam ensinar as meninas mais jovens, para que não fiquem pensando em besteiras.
Encerro este pequeno comentário, feliz e esperançosa ao ver que nem tudo está perdido, que há muitas mulheres com vontade de ser femininas, de se preocupar com o lar, de tornar sua casa aconchegante para sua família. Aproveito, também, para deixar alguns links úteis para que achem alguma atividade pela qual se interessem, nem que seja para iniciar várias ao mesmo tempo e se divertir “bolando” coisas para deixar sua família mais feliz:
P.S.: Prometo que no crochê eu vou ir até o fim, hehehehe.