Nos trinques no trabalho

terça-feira, junho 09, 2009

Por Fernanda Záffari - Zero Hora


Os códigos modernos da moda seguem uma máxima flexível: Hoje pode tudo, a pessoa só tem que saber carregar. Traduzindo: qualquer um pode vestir qualquer coisa, desde que lhe caia bem.

A coluna achou uma dupla defendendo que não é bem assim. Quem corta o barato do “vale tudo” das roupas são as consultoras Neca Gonzaga e Roberta Gerhardt. Depois do horário comercial, elas explicam, o critério pode ser vestir o que se gosta, já que cabe a cada um eleger o personagem a interpretar. A situação muda quando o assunto é roupa para o trabalho.

– É uma confusão, as pessoas não sabem mais o que vestir nas empresas – alerta a dupla. – Há uma insegurança entre ser formal, para dar credibilidade, ou descontraído, para passar modernidade – diz Roberta, advogada que há cinco anos trabalha com moda.

Que vivemos dias menos formais na maneira de se vestir, disso, nem elas discordam. A batalha que travam é pela diferenciação. Informalidade, afirmam, não quer dizer desleixo. Antes de falar o que é certo ou errado, a palavra de ordem para essas consultoras é apontar o que é adequado.

– Estar com a última moda, muito moderno, não pode. Visual engomadinho, certinho, também não serve. E Roberta complementa: – Quem fica trocando de roupa a toda hora passa uma ideia de superficialidade.

Mas então, qual é o jeito adequado?

– A roupa de trabalho tem que passar a mensagem correta sobre a área em que o profissional atua, com um toque pessoal – diz Neca Gonzaga, experiente profissional do mercado de moda, com passagem pela Europa e Estados Unidos.

Para as mulheres, roupa sensual, muito justa ou muito curta não pode. Peças com brilho, salto muito alto, também não. Sandália com os dedos aparecendo, então, deixe para mais tarde. Decotes e calça de cintura baixa, quase “pagando cofrinho” (deixando o derrière aparecendo) é gafe sem desculpa.

– O objetivo não é ficar com um visual chato, mas ser prático e funcional – comenta Roberta.

Para cometer uma extravagância ali, outra aqui é preciso conhecimento para não errar. Uma dica simples é fazer o teste do “ou”. “Ou” usa brinco grande, “ou” colar, “ou” lenço. Nunca resolva colocar tudo junto. Vale para tudo. Os homens também devem se ligar. Calça jeans e camiseta pode, dependendo da profissão. Mas não tão surradas que tenham cara de roupa de fim de semana.

– Quando alguém chega para falar com o cidadão, parece que ele estava descansando e foi surpreendido – brinca Neca.

Na visão das consultoras – elas acabam de abrir uma empresa focada na vestimenta profissional para desenvolvimento de uniformes, de código de roupas para empresas e treinamentos – a roupa tem que ser uma segunda pele.

– Aparência conta, sim. Num mercado competitivo como o de hoje, entre dois currículos iguais, um critério de desempate leva em conta o impacto visual – enfatiza Roberta. – Quem acha que é frescura, sai perdendo.

Pelas dicas da dupla, comprar sem temer a fatura do cartão de crédito passa longe de ser a solução para um bom guarda-roupa.

– Além de ser pouco inteligente, nem pega bem. Não é o momento de ser consumista. O ideal é ter poucas peças, mas de qualidade. Comprar muito passa a ideia de um consumismo bobo, quase uma ingenuidade que beira o cafona.

O segredo está na compra e na composição eficiente. Por isso, Estilo Próprio pediu sugestões de como alguns profissionais devem se produzir.



Os Dress Codes no trabalho:


Como fazer amarrações com echarpes:

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1 comentários

  1. Pois é, hoje em dia as pessoas estão um pouco perdidas quanto a saber se vestir e o ambiente de trabalho não escapa! O que vejo é que muitas vezes falta o bom senso. Roupas muito decotadas ou justísismas não ficam bem em público, muito menos no trabalho, mas ainda assim eu vejo esse tipo de coisa acontecendo muito por aí.

    Bom artigo!

    Abraço!

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