O privilégio de ser mulher - livro da Dra. Alice von Hildebrand, lançamento da Ed. Ecclesiae
Dito isso, vamos a uma imagem que ilustra bem os tipos de saia conforme o comprimento:
Não existe um "dress code" cristão descrito em documentos infalíveis. Mas, conhecendo a psicologia masculina, como ela reage diante da sensualidade feminina, e sabendo dos princípios morais que nos ensinam que o corpo deve ser velado, protegido, para não mostrarmos as partes que podem ferir a castidade e ofender a Deus.
Nunca me pretendi doutora de nada, não entendo de moda, não sou fashionista, não conheço todos os autores sobre modéstia ou elegância do mundo, não sou especialista em literatura alguma, nem em Dostoiévsky nem na Coleção Vaga-Lume. Sou uma despretensiosa blogueira com um objetivo, um chamado a tratar sobre um tema, que até então, na época em que iniciei meu apostolado, era um terreno vazio.
Rainha Maria Antonieta - “…da rainha surgiu uma mártir, da boneca uma heroína” (Prof. Plinio Corrêa de Oliveira)
Reverendíssimo Monsenhor Diretor da Academia,
Senhores Acadêmicos,
A simples enumeração dos títulos com que foi conhecida durante sua curta vida Maria Antonieta de Habsburg, mais tarde Maria Antonieta de Bourbon, traz consigo a recordação da série de acontecimentos extraordinários e imprevistos que constituíram a trama da existência feminina mais interessante do século XVIII.
Arquiduquesa Maria Antonieta aos 7 anos de idade
Na sua primeira fase, a vida desta princesa decorreu feliz e brilhante como um sonho dourado, em que se reunissem, na mesma pessoa, toda a glória do poder, todo o brilho da fortuna, e todo o encanto de uma radiosa juventude. Subitamente, porém, este longo encadeamento de venturas foi cortado por um tufão medonho, que provocou o naufrágio da Monarquia, a profanação dos altares e a derrocada de uma nobreza que, através dos séculos, vinha escrevendo com a própria espada as páginas mais brilhantes da história de França. E em pleno desabamento do edifício político e social da monarquia dos Bourbon, quando todo o mundo sentia o solo ruir sob seus pés, a alegre arquiduquesa d’Áustria, a jovial rainha de França, cujo porte elegante lembrava uma estatueta de Sèvres, e cujo riso tinha os encantos de uma felicidade sem nuvens, bebia, com uma dignidade, com uma sobranceria, e com uma resignação cristã admiráveis os goles amargos da imensa taça de fel com que resolvera glorificá-la a Divina Providência. Há certas almas que só são grandes quando sobre elas sopram as rajadas do infortúnio. Maria Antonieta, que foi fútil como princesa, e imperdoavelmente leviana na sua vida de rainha, perante o vagalhão de sangue e de miséria que inundou a França, transformou-se de um modo surpreendente; e o historiador verifica, tomado de respeito, que da rainha surgiu uma mártir, e da boneca uma heroína.
No ano de 1755, nascia no magnífico palácio de Schönbrunn, em Viena, a arquiduquesa Maria Antonieta, filha da impetuosa Maria Teresa , Rainha da Hungria e Boêmia, e de Francisco I, soberano do Sacro Império Romano Alemão. A diferença entre os caracteres de seus progenitores talvez explique as desconcertantes contradições que se encontram em todos os atos e durante toda a vida de Maria Antonieta. Maria Teresa era viril e enérgica a ponto de fazer face, gloriosamente, ao grande Frederico da Prússia, e tal era a força com que fazia pesar sobre seus súditos a autoridade real, que estes a chamavam, mesmo nos documentos oficiais os mais importantes, de Rei e não de Rainha. Francisco I, ao contrário, era fraco, pusilânime e pouco inteligente. Conta-se que, quando se repetiam em sua presença as injustas objurgatórias de Voltaire contra a forma Monárquica, o pobre soberano, não tendo cultura e energia suficientes para defender os princípios de que era guardião, limitava-se a dizer a seus cortesãos: que quereis, meu ofício exige que eu seja monarquista!
A infância de Maria Antonieta teve como cenário a pomposa corte de Viena. A jovem arquiduquesa mostrava ser dotada de um natural bondoso, que se aliava a um gosto acentuado pelos estudos. Ainda é conhecido hoje em dia seu noivado com Mozart, o grande pianista, que, sendo então apenas uma criança de 5 anos, acreditava ingenuamente estar noivo da formosa filha dos soberanos do Sacro Império.
Palácio Schoenbrunn - Viena. Foto: Andreas Schaufler
A diplomacia de Choiseul, o influente ministro do Rei da França, Luís XV, veio, porém, pôr um termo a esta infância sem nuvens, promovendo o casamento de Luís XVI, então ainda príncipe herdeiro, com Maria Antonieta. Evidentemente, o amor não ligara o coração dos jovens príncipes. Tratava-se apenas de um acordo diplomático em que a Áustria, fiel à sua política de casamentos, e visando exclusivamente as suas próprias vantagens, cedia uma de suas arquiduquesas, mediante determinadas compensações por parte da França.
Concluídas as últimas negociações diplomáticas, e feitas as necessárias despedidas, a jovem Maria Antonieta pôs-se a caminho do País do qual viria a ser, futuramente, a poderosa Rainha. Acompanhava-a um séquito brilhante, constituído por tudo quanto a nobreza do Sacro Império tinha de mais elevado. Na fronteira francesa realizou-se a curiosa cerimônia da “entrega da arquiduquesa”. Havia um edifício que se compunha de duas partes absolutamente idênticas, das quais uma ficava em território francês, e outra em território alemão. O séquito da arquiduquesa, penetrando pela porta alemã, conduziu Maria Antonieta até os aposentos onde ela deixou definitivamente seus trajes de princesa do Sacro Império, trocando-os pelos de dama francesa. Assim vestida, Maria Antonieta penetrou, acompanhada apenas pelo embaixador austríaco, na parte francesa do edifício. Aí, toda a fidalguia a esperava, ostentando a incomparável elegância, a imensa riqueza e o requintado gosto artístico que caracterizavam a corte francesa de então.
Luís XVI, então simples príncipe herdeiro, era conhecido pela austeridade de sua conduta, e pela piedade, bondade e honestidade que ornamentavam seu caráter. Seus mais encarniçados adversários conseguiram levantar contra ele apenas três acusações: a de ser apático, glutão e habilíssimo serralheiro. No novo lar principesco, que se formava sem os vínculos de uma afeição profunda, o espírito cristão de que estavam imbuídos os nubentes, supria com vantagem a ausência de amor. Maria Antonieta e Luís XVI sempre foram esposos exemplares que construíram sobre os sólidos alicerces do respeito mútuo e da moralidade absoluta a indiscutível felicidade de sua vida familiar.
Os anos decorridos entre o casamento e a coroação, foram, talvez, os mais venturosos de toda a curta existência de Maria Antonieta.
Formosa, poderosa, rica, bem casada e venerada pelo povo com carinhosa dedicação, a jovem princesa tinha por única ocupação passear pelos suntuosos palácios da coroa de França, trazendo consigo sua corte estouvada e todo o luxo fulgurante de que se cercava constantemente. Entre seus dissabores, neste tempo de venturas, contavam-se as suas freqüentes e interessantes altercações com a condessa de Noailles, sua severa mestra de etiquetas, que a jovem princesa apelidara impertinentemente “Madame Étiquette”. Conta-se que, certa vez, tendo Maria Antonieta caído de um burrico que montava na presença de toda a corte, exclamou rindo ainda deitada no chão: chamem Madame Étiquette, para que me explique como se deve levantar a herdeira do trono da França, quando cai de um burrico.
Princesa de Lamballe
Uma das feições curiosas do caráter da jovem esposa de Luís XVI era seu desejo ardente de possuir uma amiga íntima, confidente de todos os momentos, e de todas as situações. Logo que atravessou os umbrais da porta que separava o passado da arquiduquesa do futuro da princesa de França, seu olhar pousou sobre uma dama de beleza ideal, a princesa de Lamballe, aparentada com a Família Real, e infeliz viúva de um dos fidalgos mais estouvados da França. A Princesa de Lamballe era jovem, formosa e essencialmente aristocrática na graça de seu porte, de uma elegância sem par. Seus olhos, de um azul profundo, refletiam toda a candura de sua alma sem maldade, e a imensa tristeza de sua juventude sem riso. Sua delicadeza era tal que, certa vez, desmaiara de susto diante de uma pintura representando um caranguejo. Esta foi a primeira e a mais sincera das amigas de Maria Antonieta. Pouco depois, porém, era substituída pela frívola condessa de Polignac. A princesa de Lamballe sofreu seu afastamento com a dignidade própria de uma grande alma: não se queixou e não se rebaixou. A princesa de Lamballe só reaparece no cenário decepada e mutilada nas ruas de Paris, quando vinha da Inglaterra, à procura da infortunada mártir, a quem a princesa perdoava, assim, nas amarguras do sofrimento, a infidelidade do tempo de venturas. Aquela que desmaiava diante de um caranguejo pintado, teve ânimo suficiente para arrostar o tufão revolucionário, e morrer pela causa da amiga que, no tempo dos esplendores, lhe fora infiel. A condessa de Polignac, porém, em vez de exercer sobre Maria Antonieta uma influência salutar, arrastou-a a uma jogatina desenfreada. Estava, então, em voga o jogo de azar extremamente dispendioso, chamado Faraó. As partidas de Faraó começavam à noite, na residência dos Polignac, e terminavam com os primeiros albores do dia, aos olhos da população escandalizada pela co-participação assídua da herdeira do trono. Foi esta uma fonte de merecidas censuras dirigidas a Maria Antonieta. Pouco depois, foi descoberta em um baile popular carnavalesco aquela que devia ser Rainha de França, que se divertia, aliás inocentemente, sem se lembrar da dignidade de sua posição. Pouco a pouco, os rumores foram se acentuando, e quando morreu o velho Luís XV, Maria Antonieta subiu ao trono contando já com numerosas antipatias.
Mesmo assim, foi grande o entusiasmo do povo, quando os aplausos anunciaram a Maria Antonieta, a altas horas da noite, que chegara, com o falecimento de Luís XV o momento de ser coroado rei de França e de Navarra o fraco e bom Luís XVI.
As festas da coroação foram um contraste curioso de miséria e pompa. Luís XVI, depois de sagrado e coroado rei de França, na antiquíssima e suntuosa Catedral de Reims, na presença de toda a nobreza e de todo o clero de França, depois de ter sido ungido pelo representante do Santo Padre com o óleo que, segundo a tradição, descera do céu no dia da conversão de Clovis, depois de ter recebido as homenagens dos elementos mais representativos e nobres da nação, saiu da Catedral acompanhado pelo Bispo de Autun, a tocar com suas mãos as chagas de mais de 2000 doentes de toda a espécie, que esperavam enfileirados na porta da Igreja, a saída do Rei que, segundo a tradição, deveria curar, com o simples toque de suas mãos soberanas, determinadas moléstias. Conta-se que, como prenúncio de tristes acontecimentos, a coroa, ao ser colocada sobre a cabeça do Rei, caiu das mãos do Núncio Apostólico, e, atingindo Luís XVI, na testa, feriu-o a ponto de fazer correr sangue.
Com a coroação, começa o longo padecimento da Rainha. O povo sofria fome, e não queria compreender que os gastos da corte eram, em grande parte, necessários para o decoro da Monarquia. O povo, sempre vítima de exploradores de torpe inconsciência, não compreendia que a nobreza gozava grandes privilégios, mas que, em compensação, sustentava a expensas próprias o exército e a marinha, provendo, por outro lado, aos gastos de grande parte da administração. O povo, enfim, não compreendia que o clero, esta classe denodada que sempre lutara pelo bem, contra todos os males, pelos fracos, contra todos os poderosos, e por Deus contra seus inimigos, este clero custeava, sozinho, as despesas dos atuais ministérios franceses da Instrução Pública e dos Cultos. Não, os sofismas de um espírito demolidor como Voltaire, a eloqüência lacrimejante e perversamente oca de Rousseau, haviam gangrenado toda a sociedade francesa. Esta nobreza frívola, que afetava esquecer-se de seu Deus, haveria de mostrar dentro em breve, que se esqueceria igualmente de seu Rei, de seu passado, e do enorme peso de glórias que representavam as nobres tradições de que era depositária. Estes fidalgos, cujos antepassados tinham sido leões, a vida dissipada e irreligiosa da corte os transformara em bailarinos. E o povo, movido pela inveja mais do que pela fome, e esquecido de que representar na sociedade um papel humilde é, também, desempenhar um mandato divino, lança-se furioso contra a organização política da França. O 14 de Julho, a invasão de Versailles por um bando de megeras arrastando atrás de si a vasa da população parisiense, a impor ao Rei fraco o boné frígio, e a insultar baixamente uma monarquia que estava impossibilitada de se defender, o massacre de sacerdotes inocentes, que pagavam com a própria vida o enorme crime de se terem dedicado de corpo e alma ao serviço de Deus, pregando Seu santo Nome e Sua Lei de paz e de amor, o assassinato de diversos fidalgos que não queriam desertar na hora do perigo do trono em volta do qual tinham passado a vida a dançar, este encadeamento horrível de crimes que veio sujar as páginas da História da Humanidade, abateu porventura a rainha de França, a filha dos altivos Habsburg? Nunca! Nunca, esta boneca de porcelana dos bailes do Trianon dobrou sua cabeça diante da ignomínia de seus inimigos. Nunca, nem um só momento, a soberana destronada deixou de ser Rainha, pois que, maior no sofrimento do que na glória, demonstrou, ao afrontar desarmada e com o filho no braço aqueles bêbados furiosos que invadiam os paços reais, que era de uma raça que não teme o perigo, máxime quando encarna uma causa justa.
Execução do Rei Luiz XVI
Arrastada a realeza na lama de Paris, vergada a fraca personalidade de Luís XVI sob o peso do infortúnio, o único baluarte da resistência era Maria Antonieta, que, fazendo de sua desdita um trono fulgurante para sua personalidade, afronta impávida, enorme, diante do sofrimento, armada apenas com a couraça sublime da fé e da resignação cristã, a onda que ia submergir a França. Até o último momento, esta soberana quis salvar seu trono, não por interesse pessoal, mas por amor ao princípio monárquico. E isto ela o fez sem vacilar, encorajando a todos, e nunca desesperando, mesmo quando a população a arranca das Tulherias, onde estava detida, e a conduz, ao som dos clamores e apupos da plebe, à sombra mortal da lúgubre prisão do Templo, mesmo quando é obrigada a ver, transida de horror e de remorso, a cabeça da denodada Princesa de Lamballe, de olhos vazados, cabeleira empoada e salpicada de sangue, e lábios lívidos, introduzida na ponta de uma haste, entre as grades da janela de sua masmorra, como testemunho da morte atroz e imerecida de sua melhor amiga.
Eis, senhores, sua tortura de Rainha. Foi completa, nada faltou, e tudo ela suportou com calma e resignação, arrancando, de quando em vez, brados de admiração de seus próprios adversários.
Como esposa, Maria Antonieta sofreu o maior dos martírios. Seu marido, ao qual ela dedicava todos os sentimentos de uma esposa católica exemplar, depois de ser alvo das mais cruéis afrontas, foi, enfim, arrastado a uma morte gloriosa para os pósteros, mas que parecia então absolutamente deprimente. De sua prisão do Templo, ouviu Maria Antonieta, certamente, o rufar dos tambores anunciando que a Convenção Nacional, em nome da igualdade, destruía o inocente representante da realeza, em nome da liberdade o impedia de se despedir, à beira do túmulo, de seu povo a quem muito amara, e em nome da fraternidade lhe iria tirar a vida na guilhotina.
Mas, senhores, foi a mãe que, em Maria Antonieta, sofreu as mais horrorosas torturas. Quando a Convenção foi separar Maria Antonieta de seu filho, esta, durante duas horas, cobrindo com seu corpo o do inocente principezinho, lutou contra o brutal sapateiro Simon e seu bando sinistro, só abandonando o filho quando, de todo em todo, lhe faltaram forças para resistir. Longos foram os meses da separação. Só, terrivelmente só, presa à vista em um quarto horrível da prisão do Templo, a infeliz mulher tinha como consolo único, e aliás poderoso, sua oração. Até hoje, conserva a França seu livro de Missa, sobre o qual caíram, com certeza, as lágrimas amargas daquela mãe que, no auge da infelicidade e do abandono, soube sempre agradecer a Deus o desamparo em que se encontrava.
Finalmente, foi ela processada pelo “Comité de Salut Public”, por trair a pátria, por ser uma nova Catarina de Médicis, por ser má esposa e mãe (…).
Guilhotina móvel
No processo, culminou o seu padecimento. O seu filho, embrutecido pelo álcool, tornou-se um verdadeiro animalzinho, que tinha como único e constante sentimento o medo. Imagine-se a cena: sobre um estrado, sentados os algozes que, no processo, se intitulavam juízes. Numa série de bancos, meia dúzia de indivíduos repugnantes, cheirando a álcool, desempenhavam o papel de jurados. A Rainha, magra, em uma longa roupa preta, de cabelos brancos inteiramente, velha na sua mocidade abatida e triste, entra com toda a majestade de sua decadência ainda altiva, ainda bela, e sempre digna e invencível, nesta jaula onde sua reputação e seu coração de mãe vão ser estraçalhados pelas feras mais desalmadas da História francesa. O interrogatório começa brutal, felino, perverso. A Rainha, ou responde com dignidade, ou se cala, desdenhando com seu silêncio a infâmia de certas acusações. Eis que é introduzido na sala o príncipe herdeiro dos tronos de França e de Navarra. Calçado de toscos tamancos, com um boné frígio na cabeça, um ar embrutecido e tristonho de quem, há muito, padece todos os horrores da barbaridade de um carrasco como Simon, e com a fisionomia estúpida dos alcoólatras inveterados, com uma voz chorosa, lança contra a mãe as maiores injúrias. Eis, senhores, o cúmulo do sofrimento. A cena, horripilante em si, dispensa comentários. Dir-vos-ei somente que a Rainha, num brado magnífico de coração de mãe ulcerado pela mais atroz das dores, lança, na eloqüência de sua alucinação, no horror de seu padecimento dantesco, um apelo a todas as mães presentes, perguntando-lhes se acreditam nas injúrias do menino. E, como se a natureza humana, no fundo daqueles corações de megeras, comprimida por muito tempo, explodisse enfim, foi na sala uma chuva de aplausos, e um delírio de entusiasmo daquele povo que fora ao tribunal para assistir feroz ao desenrolar do processo, toma-se subitamente de um formidável entusiasmo por sua vítima, e Maria Antonieta, no banco dos réus, no auge da ignomínia recebe uma formidável e sincera ovação de seus algozes. Que dizer, senhores, deste lance histórico?
"Última Comunhão da Rainha Maria Antonieta" - Óleo de Michel-Martin-Drolling. 1816 - Capela Expiatória, Conciergerie Paris
Veio, enfim, a morte. Deus, na sua imensa bondade, preparara no Céu o lugar digno daquela que tanto tinha sofrido, amando-O mais quando lhe enviava penas, do que na plenitude de seus prazeres. No dia 16 de outubro de 1793, cessou seu longo martírio, na guilhotina cuja lâmina, ao mesmo tempo criminosa e caridosa, cortou o fio de sua extraordinária existência.
Assim terminou a soberana mártir, cuja história lembra um minueto delicado e palaciano cujas notas harmoniosas fossem bruscamente abafadas pelo rugido pavoroso de uma horrenda farândola revolucionária.
(Discurso do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira na Academia Mariana em São Paulo – 1928)
“As ameaças à Instituição do Casamento Tradicional – desde a Antiguidade até os dias de hoje”, com o Dr. David Magalhães.
Dia 5 de setembro, às 19h.
Pode-se participar presencialmente, no endereço acima, com inscrição gratuita, ou assistindo via internet, no site do Instituto Plinio Corrêa de Oliveira.
Compilo aqui trechos do Prof. Carlos Ramalhete, moderador da lista de e-mails Tradição Católica e Contra-Revolução, e diretor do apostolado "A Hora de São Jerônimo", sobre o tema do pudor, da modéstia, e sua aplicação aos tempos e culturas, como modo de evitar o puritanismo:
Um leitor perguntou: "Parece-me também haver uma tendência a ver puritanismo em tudo. Pelo andar da carruagem, não demora muito todos livros de etiqueta e comportamento escritos por padres católicos na primeira metade do século XX (p.e. "As três chamas do lar" e "Audit Filia") vão ser chamados de pequeno-burgueses e puritanos."
Ora, todo livro de comportamento e etiqueta procura determinar o que é apropriado para aquela pessoa, naquele momento, naquela sociedade. Um livro escrito na primeira metade do século passado vai certamente trazer conselhos que não encontrariam lugar num livro escrito, digamos, cem anos antes. Os princípios valem, mas é sempre necessário verificar o quanto dali é adequação do eterno à sociedade em torno e o quanto dali é simplesmente eterno.
Por exemplo: a nossa sociedade, infelizmente, tem essa maluquice de "adolescência", em que se impede o jovem de assumir as responsabilidades de adulto que ele deveria assumir. O resultado é que um livro que parta do pressuposto de que a jovem, por ter saído da infância, está prestes a se casar não vai corresponder às necessidades dela na sociedade atual.
Ao mesmo tempo, uma série de problemas, tentações e oportunidades (para o bem e para o mal) que existem hoje por causa da famigerada adolescência precisariam de tratamento, que não vão encontrar num livro de cem ou duzentos anos atrás.
E, enquanto isso, conselhos que têm como objetivo garantir que o jovem se adeque à sociedade de então, sem cair nos erros então comuns, hoje podem fazer com que, ao lugar de se adequar, ele se comporte de maneira percebida como bizarra ou mesmo doentia, sem evitar os problemas e tentações que evitaria se aplicasse os mesmos conselhos cem ou duzentos anos atrás.
O leitor continua: "Mas porque um livro católico de etiqueta e comportamento escrito nos anos 30, e adequado àquela época, não era então considerado puritano?"
Respondo.
"Erasmo [1466 – 1536] recorda o sermão de um monge loreno que, para tornar mais sensíveis aos seus auditores as vascas do inferno, lhes deu a ver o traseiro do seu sineiro. 'Vedes este buraco?', dizia ele. 'Cheira muito mal, mas o buraco do inferno ainda cheira pior!' (H. Estienne, Apologie, II, p. 162, in Bologne, J.-C., História do Pudor, Ed. Elfos, 1990; aliás, recomendo este livro)
No sentido oposto, Baldesar Castiglione, em seu Livro do Cortesão (um tratado de etiqueta, escrito em 1528 com excertos republicados pela Penguin Classics em 1967 com o nome de Etiquette for Renaissance Gentlemen), diz que um homem apaixonado deve não deve escrever nem dizer à sua dama quais os seus sentimentos, devendo, ao contrário, apenas suspirar, fazer um gesto de respeito e comportar-se de maneira tímida, transmitindo sua mensagem apenas pelo olhar.
Note que os textos têm algumas poucas décadas de distância, mas expressam visões tremendamente diferentes do que seria aceitável. O tal monge loreno provavelmente acharia que o Castiglione era afeminado, enquanto o Castiglione o veria como um grosseirão grotesco.
Um comportamento que fosse socialmente aceitável e moralmente correto na corte do Castiglione seria certamente muito mais contido que um comportamento socialmente aceitável e moralmente correto na Lorena do monge. O que eles teriam em comum?
- O cuidado de não colocar ninguém em ocasião próxima ou remota de pecado (pelo jeito o traseiro do sineiro do monge não seria percebido por ninguém como tentador!);
- O cuidado de não causar escândalo real (ou seja, de fazer crer que é correto um comportamento errado);
- O cuidado - e este é o ponto - de preservar a ordem social no que ela tem de moralmente neutro ou bom, procurando mudá-la (não confrontá-la) no que ela tem de mau.Assim, um livro escrito no começo do século passado vai recomendar respeito a determinados padrões de vestuário e comportamento por eles serem os padrões vigentes naquele momento, naquele meio, sem que isso faça deles algo mais do que o que são. Estes padrões são, no contexto, perfeitamente aceitáveis e o desrespeito a eles colocaria as pessoas em ocasião remota ou mesmo próxima de pecado. Uma mulher vestindo calças, por exemplo, seria algo inaudito, que certamente faria com que os homens as respeitassem menos. Isso é cultural.
Já no nosso tempo, é perfeitamente possível usar calças que não sejam indecorosas (como as das moças que andam fantasiadas de salsicha pela rua, com umas calças que me informaram serem usadas para fazer ginástica); o equivalente da mulher de calças de 1930 seria hoje a mulher de coturnos, cabelo raspado e camiseta sem mangas sem nada por baixo.
Do mesmo modo, um manual de etiqueta para mulheres cristãs no Afeganistão provavelmente vai recomendar que elas nunca saiam sozinhas e sem véu. Não vai nem ser necessário falar de calças!
Em uma sociedade que é culturalmente mais puritana, como a sociedade do auge da modernidade, em que chegaram ao máximo possível na civilização ocidental as regras do puritanismo burguês, haverá sempre uma série de regras que são aceitáveis por serem parte de uma ordem social, mas que não são, por si só, moralmente relevantes. O que as faz relevantes é a ordem social em que elas se incluem, que é um bem, e o fato de elas não serem imorais, mas moramente neutras dentro do contexto social em que elas são vividas.
"(...) [E] um blog católico de etiqueta e comportamento, mesmo adequado à época atual, é automaticamente tachado de puritano?"
Olha, como eu não conheço o tal blogue, não falo nada. Mas aparentemente, o ponto é justamente que ele não é adequado à época atual. A diferença entre pregar que é sempre errado uma moça usar saltos altos e que é sempre errado uma moça não usar uma armação de vime por baixo da saia (como se usava 150
anos atrás; as chamadas "anquinhas") é de grau, não de essência.O que é sempre errado é se vestir de maneira provocante, o que muitas vezes não tem nada a ver com o tamanho do salto.
Excelente artigo do Pe. Françoá, no site Presbíteros:
Diversão no carnaval
Pe. Françoá Costa
Divertir-se é muito bom. Quem não gosta? A diversão revigora as nossas forças e quando é realizada em companhia dos demais nos torna mais generosos e mais sociáveis. Aproximam-se dias maravilhosos para a diversão, os do carnaval. O ócio também é educativo quando bem vivido. Já Santo Tomás de Aquino, e antes dele Aristóteles, falava da virtude que põe o justo meio entre a relaxação no lúdico e a seriedade excessiva, trata-se da virtude da eutrapelia. A “pessoa eutrapélica” é a pessoa bem orientada nas diversões, com boa agilidade e que conserva a elegância do espírito também nos momentos lúdicos. Os santos são exemplos de pessoas eutrapélicas. S. Felipe Neri e S. João Bosco são conhecidos, entre outras coisas, pelo bom humor; S. Josemaría Escrivá costumava dizer que em 1928, quando fundou o Opus Dei, tinha “somente vinte e seis anos, graça de Deus e bom humor”; de S. Tomás Moro parece que se populariza cada vez mais a sua oração para pedir o bom humor; também o futuro beato, João Paulo II, é muito conhecido pela sua alegria, bom humor e jovialidade. A santidade sempre é alegre e divertida, tem rosto amável e por isso atrai.
A eutrapelia é uma virtude que se enquadra dentro da virtude da modéstia, que por sua vez é parte da virtude da temperança. Diz Santo Tomás que a virtude, essa força habitual para realizar um bem determinado, tem a ver com duas realidades: em primeiro lugar diz relação aos vícios contrários que exclui e as concupiscências que refreia; em segundo lugar, diz relação ao fim que pretende alcançar. E, no que diz respeito aos vícios e as concupiscências, a virtude – continua S. Tomás – é mais necessária aos jovens dado que nesse período encontra-se neles a concupiscência deleitável devido ao fervor da idade, ao fogo da paixão (cfr. S. Th. II-II, q. 149, a.4c).
A pessoa humana não aguenta trabalhar o tempo todo e nunca descansar. É necessário que de tempos em tempos descansemos. Se esticarmos uma corda e a deixarmos tensa durante muito tempo, não aguentará, se partirá. Não podemos viver numa tensão permanente; se assim fosse, nos quebraríamos. É muito importante que nos entreguemos às diversões, aos jogos e às festas, nas quais se busca o prazer que nos faz descansar. Logicamente, essas diversões, jogos e festas, deverão ser conforme a reta razão, pois devemos ser virtuosos aos divertir-nos, com autêntica eutrapelia.
Atuar com excesso nas diversões mostra que o apetite do que se diverte é desordenado, fora da ordem da razão. São Paulo adverte: “nada de obscenidades, de conversas tolas ou levianas, porque tais coisas não convêm; em vez disto, ações de graças. Porque sabei-o bem: nenhum dissoluto, ou impuro, ou avarento – verdadeiros idólatras! – terá herança no reino de Cristo e de Deus” (Ef 5,4-5) . “Scurrilitas”, em latim, e “eutrapelia”, em grego, são as palavras originais que em português são traduzidas por “conversas levianas”. Não obstante, essa eutrapelia da qual fala S. Paulo não é a eutrapelia da qual falávamos acima, mas das “conversas levianas”, isto é, na linha do excesso do espírito lúdico. Se não há excesso, se o jocoso é usado para relaxar um pouco das tensões do cotidiano, se a diversão não é tomada como um fim em si mesmo e se são diversões que não ofendem a Deus, não só é lícito entregar-nos aos prazeres das diversões, mas é também muito aconselhável.
No entanto, brincar o carnaval com sentido cristão e, por tanto, também humano, não é fácil. É possível se há organização: em família e com amigos responsáveis. Nesse sentido, alguns movimentos da Igreja Católica, máxime a Renovação Carismática, tem o costume de organizar eventos de oração e de encontro durante esses dias. Trata-se de uma iniciativa assaz louvável. Cada família, cada grupo ou associação poderia, com criatividade, encontrar maneiras de divertir-se à beça, fraternalmente e aproveitando o tempo para viver essa dimensão tão humana e tão cristã, a alegria. Logicamente, não é necessário que seja um encontro de oração. Poderia ser também. O importante é aproveitar para que tenhamos momentos alegres com os outros através de encontros amigáveis, educados e respeitosos dos bons costumes. Também é importante que haja um bom almoço e – por que não? – um futebolzinho ou algo semelhante.
Há poucos dias, estive conversando com um amigo sobre um tema típico de ciência-ficção: o que aconteceria se, por pouquíssimo tempo, a gravidade dos corpos deixasse de existir em toda a terra? Parece-me que acabamos por concluir, não de uma maneira científica, mas intuitivamente, de que seria o caos.
Se os objetos deixassem de atrair-se teríamos um espetáculo assombroso e não desejável de ver-se: carros, a 120 km/h, que de repente se elevam no ar e, sem direção, vão a qualquer parte; pontes que poderiam soltar algumas junturas e sair do seu lugar habitual; pessoas que, em seu passeio vespertino, se veem sem um ponto de referência; restaurantes com todos os produtos alimentícios nos ares, as cadeiras com os seus clientes suspendidos a 1m e o caldo das panelas saindo das mesmas e caindo na cabeça do primeiro que encontrar, ou melhor, sem gravidade o caldo também poderia “cair para cima”. Seria uma loucura! O que aconteceria com as águas dos oceanos, com os incêndios que estão acontecendo agora mesmo, com os icebergs, com os aviões que estão em plena pista já no ponto de decolagem, com cantores e artistas em geral em suas apresentações, com … ? Agora, imagine só, tudo isso por um minuto. Depois desses 60 segundos… tudo voltaria ao normal? Certamente que não. O carro que estava a 120 km/h, quando a gravidade voltasse, onde estaria? Não na ponte, provavelmente, mas no rio; os que estavam para atravessar uma ponte, onde estariam? E os aviões? E?
Não adianta fazer um montão de barbaridades, pensando que quando chegar a Quaresma tudo vai se arrumar. Isso é ilusão! “No coração dos homens, Deus tem sido colocado aos pés de Satanás”, dizia G. K. Chesterton. “Depois me converterei”, poder-se-ia pensar. No entanto, ninguém poderia garantir a alguém que pensasse assim que na quarta-feira de cinzas tal fulano ainda estaria vivo. Deus sempre nos perdoa, nos restaura, mas, sem dúvida, os vícios contraídos em momentos de farra, deixam a sua gosma nojenta.
“Em toda parte os malvados andam soltos, porque se exalta entre os homens a baixeza” (Sl 11,8). Esse versículo do salmo bem poderia aplicar-se a algumas manifestações carnavalescas. Já que entre os homens se exalta a baixeza, e não preciso pensar muito para concluir que é assim mesmo, os malvados andam soltos e continuam disseminando as suas tresloucadas ideias. Aos retirar os valores tidos como tais e trocá-los pelos falsos valores, vê-se o assombroso resultado: crianças que perdem a inocência, adolescentes e jovens semelhantes a bestas que não conseguem submeter as paixões à razão e à vontade, famílias que se desintegram. A lei da gravidade dos costumes está desaparecendo! E o que acontecerá?
Não percamos a gravidade de filhos de Deus. Vamos divertir-nos, e até dar gargalhadas, mas o faremos sempre dentro da virtude e do sentido que temos da nossa filiação divina. Tenhamos sempre em alta estima, em meio às nossas diversões, virtudes como a sobriedade no uso dos alimentos e das bebidas, amor à santa pureza e ao pudor, a honra à palavra dada, a generosidade na escuta e no serviço aos outros. Tudo isso é eutrapelia. Não se trata de ser chatos nem relaxados, mas de ser santos fazendo com que seja amável e alegre o caminho da santidade. Na presença de Deus, todos nós teremos um bom carnaval, divertido e normal, com eutrapelia e amor de Deus. Bom carnaval, então!
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Recebi a seguinte mensagem da Cristina Cezar, minha amiga e leitora do Femina:
Aline,
Recebi este e-mail e na hora me lembrei do teu blog :-)
É bem certo que o texto tem um certo tom de "policitamente correto", mas talvez se retirarmos a última frase lá de baixo, melhor um pouco.
Já que chique mesmo é não passar por cima dos valores, da honra, dos outros...e de Deus para ser feliz.
Espero que ajude em algo...
Como estão as coisas? Te acompanho pelo blog, orkut e em orações :-)
Um grande abraço!
Cris.
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Trecho do livro "A quem interessar possa", de Gilka Aria.
Nunca o termo "chique" foi tão usado para qualificar pessoas como atualmente. A verdade é que ninguém é chique por decreto. E algumas boas coisas da vida, infelizmente, não estão à venda.
Elegância é uma delas. Assim, para ser chique é preciso muito mais que uns guarda-roupas recheados de grifes importadas. Muito mais que um belo carro Alemão. O que faz uma pessoa chique, não é o que essa pessoa tem, mas a forma como ela se comporta.
Chique mesmo é quem fala baixo. Quem não procura chamar atenção com suas risadas muito altas, nem por seus imensos decotes. Mas que, sem querer, atrai todos os olhares, porque tem brilho próprio. Chique mesmo é quem é discreto, não faz perguntas inoportunas, nem procura saber o que não é da sua conta. Chique mesmo é parar na faixa de pedestre e abominar a mania de jogar lixo na rua. Chique mesmo é dar bom dia ao porteiro do seu prédio e as pessoas que estão no elevador. É lembrar do aniversário dos amigos. Chique mesmo é não se exceder nunca. Nem na bebida, nem na comida, nem na maneira de se vestir. Chique mesmo é olhar no olho do seu interlocutor. É "desligar o radar" quando estiverem sentados a mesa do restaurante, e prestar verdadeira atenção à sua companhia.
Chique mesmo é honrar a sua palavra. É ser grato a quem lhe ajuda, correto com quem você se relaciona e honesto nos seus negócios. Chique mesmo é não fazer a menor questão de aparecer, mas ficar feliz ao ser prestigiado. Mas para ser chique, chique mesmo, você tem, antes de tudo, de se lembrar sempre do quanto que a vida é breve e de que vamos todos para o mesmo lugar. Portanto, não gaste sua energia com o que não tem valor, não desperdice as pessoas interessantes com quem se cruzar e não aceite, em hipótese alguma, fazer qualquer coisa que não lhe faça bem.
Porque, no final das contas, chique mesmo é ser feliz!
Na tendência de mulheres priorizarem a família em lugar da carreira, algumas decidem voltar a ser donas de casa
PATRÍCIA ROCHA - http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default2.jsp?uf=1&local=1&source=a2592505.xml&template=3898.dwt&edition=12786§ion=1535
Pede na ONU leis contra a prostituição e a pornografia
A consulesa da missão vaticana Cathy Murphy interveio na terça-feira passada, em nome do observador permanente da Santa Sé na ONU, o arcebispo Francis Chullikatt, perante o Terceiro Comitê da Assembleia Geral das Nações Unidas, em um debate geral sobre o progresso das mulheres.
A delegada declarou que “o autêntico desenvolvimento das mulheres implica o respeito a sua inerente dignidade, incluindo sua identidade étnica e religiosa”.
“O bem-estar do futuro da comunidade humana depende em grande medida da habilidade dos Governos e da sociedade civil para respeitar verdadeiramente as mulheres, sua dignidade e seu valor.”
A delegada da Santa Sé se referiu à “recente instituição de UN Women” e expressou a esperança de que “esta nova entidade saiba proporcionar uma assistência real a todos os Estados quando colaboram para melhorar a vida das mulheres e das mães em todo lugar”.
“Um desenvolvimento significativo é que um número crescente de países está aplicando uma legislação compreensiva que prevê tanto sanções justas para a violência como a garantia de apoio e proteção para as vítimas”, afirmou Murphy.
A delegada denunciou a “tragédia do tráfico de pessoas”. “É importante que os Estados destaquem cada vez mais a necessidade de enfrentar as condições que tornam as mulheres e crianças vulneráveis – pobreza, falta de emprego e oportunidades educativas – como parte das estratégias de prevenção”.
Proteção
A delegada observou que “também as famílias das pessoas objeto de tráfico precisam de proteção”.
“Muito frequentemente, o principal obstáculo para a colaboração entre uma vítima do tráfico humano e o reforço das leis é a intimidação das vítimas e seus familiares por parte dos traficantes.”
Murphy também recordou a importância de proporcionar às mães “assistência pré-natal de base, pessoal preparado em todos os partos e especialistas nas complicações que possam pôr em perigo a vida, tanto da mãe como da criança que deve nascer”.
“Precisa-se de uma aproximação centrada na pessoa, uma aproximação que seja plenamente respeitosa da dignidade intrínseca e do valor de toda pessoa – desde a concepção até a morte natural –, uma aproximação que veja o indivíduo não como um peso, mas como uma contribuição à família humana”, disse.