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Como fazer oração mental? Recolhendo-se diante do Senhor, primeiramente |
Quem quer avançar na vida espiritual precisa aprender como fazer oração mental, também chamada de meditação. Não uma meditação aos moldes das religiões orientais, que consiste em um esvaziamento de si mesmo para alcançar o nada. A meditação cristã, se é que esvazia nossa alma, em certo sentido, apenas o faz para se encher de Deus. Trata-se de contemplar, diante de Deus, e dialogar com Ele, buscando Suas inspirações para a nossa vida.
Do site evangélico “Retrato da beleza feminina”, posto o seguinte comentário sobre a Feminilidade que está na "Bíblia da Mulher" (Página 778):
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A feminilidade é uma realidade projectada e criada por Deus - o seu dom precioso - e, sob um aspecto diferente, um presente gracioso também para os homens. A diferença entre homens e mulheres não é apenas uma questão biológica. Em todos os períodos da história da humanidade e até décadas recentes, o conceito geral era o de que as diferenças eram tão óbvias que não havia necessidade de comentá-las. Contudo, nunca tanto quanto hoje se faz mais relevante o lembrete de Paulo aos cristãos de Roma para que os padrões do mundo não venham a moldar-nos, mas sim, que deixemos Deus renovar o nosso interior, a nossa mente (Romanos 12:1).
Nem o homem nem a mulher são suficientes para abrigar, sozinhos, a imagem divina (Génesis 1:27). Os dois, no entanto, representam a imagem de Deus - um deles, de uma forma especial, o iniciador; o outro, o correspondente. Deus fez Eva a partir do homem e trouxe-a para o homem. Quando Adão deu o nome a Eva, aceitou a responsabilidade de "desposá-la" - de ser seu provedor, protector e líder. A submissão é o ingrediente básico da feminilidade. Como noiva, a mulher no casamento abre mão da sua independência, do seu nome, do seu destino, da sua vontade e, por último, no quarto nupcial, do seu corpo para o noivo. Como mãe, ela abre mão, no real sentido, da própria vida em benefício da vida do filho. Como solteira, ela rende-se de forma ímpar para servir ao Senhor, à família e à comunidade.
A feminilidade é receptiva. Ela aceita o que Deus dá. Noutras palavras, as mulheres devem receber o que lhes é dado, seguindo o exemplo de Maria, e não insistir no que não lhes é dado, repetindo o engano de Eva. Isso não implica que a mulher deva submeter-se a perversidades, como coerções ou conquistas violentas. O espírito manso e tranquilo do qual fala Paulo é o ornamento da feminilidade (1Pedro 3:4), que encontrou o exemplo ideal em Maria, mãe de Jesus. Ela estava disposta a ser um vaso escondido. Esse tipo de maternidade está à disposição de toda a mulher que se humilha diante do Senhor, não para que desempenhe simplesmente um papel biológico, mas para que exerça uma atitude de abnegação e de submissão ao Senhor. O desafio da feminilidade bíblica é que nós sejamos mulheres realmente santas, que nada pedem a não ser o que Deus deseja nos dar, recebendo com ambas as mãos, e de todo o coração, seja o que for. A feminilidade é um tesouro precioso para ser guardado e acalentado a cada dia.
Rainha Maria Antonieta - “…da rainha surgiu uma mártir, da boneca uma heroína” (Prof. Plinio Corrêa de Oliveira)
Reverendíssimo Monsenhor Diretor da Academia,
Senhores Acadêmicos,
A simples enumeração dos títulos com que foi conhecida durante sua curta vida Maria Antonieta de Habsburg, mais tarde Maria Antonieta de Bourbon, traz consigo a recordação da série de acontecimentos extraordinários e imprevistos que constituíram a trama da existência feminina mais interessante do século XVIII.
Arquiduquesa Maria Antonieta aos 7 anos de idade
Na sua primeira fase, a vida desta princesa decorreu feliz e brilhante como um sonho dourado, em que se reunissem, na mesma pessoa, toda a glória do poder, todo o brilho da fortuna, e todo o encanto de uma radiosa juventude. Subitamente, porém, este longo encadeamento de venturas foi cortado por um tufão medonho, que provocou o naufrágio da Monarquia, a profanação dos altares e a derrocada de uma nobreza que, através dos séculos, vinha escrevendo com a própria espada as páginas mais brilhantes da história de França. E em pleno desabamento do edifício político e social da monarquia dos Bourbon, quando todo o mundo sentia o solo ruir sob seus pés, a alegre arquiduquesa d’Áustria, a jovial rainha de França, cujo porte elegante lembrava uma estatueta de Sèvres, e cujo riso tinha os encantos de uma felicidade sem nuvens, bebia, com uma dignidade, com uma sobranceria, e com uma resignação cristã admiráveis os goles amargos da imensa taça de fel com que resolvera glorificá-la a Divina Providência. Há certas almas que só são grandes quando sobre elas sopram as rajadas do infortúnio. Maria Antonieta, que foi fútil como princesa, e imperdoavelmente leviana na sua vida de rainha, perante o vagalhão de sangue e de miséria que inundou a França, transformou-se de um modo surpreendente; e o historiador verifica, tomado de respeito, que da rainha surgiu uma mártir, e da boneca uma heroína.
No ano de 1755, nascia no magnífico palácio de Schönbrunn, em Viena, a arquiduquesa Maria Antonieta, filha da impetuosa Maria Teresa , Rainha da Hungria e Boêmia, e de Francisco I, soberano do Sacro Império Romano Alemão. A diferença entre os caracteres de seus progenitores talvez explique as desconcertantes contradições que se encontram em todos os atos e durante toda a vida de Maria Antonieta. Maria Teresa era viril e enérgica a ponto de fazer face, gloriosamente, ao grande Frederico da Prússia, e tal era a força com que fazia pesar sobre seus súditos a autoridade real, que estes a chamavam, mesmo nos documentos oficiais os mais importantes, de Rei e não de Rainha. Francisco I, ao contrário, era fraco, pusilânime e pouco inteligente. Conta-se que, quando se repetiam em sua presença as injustas objurgatórias de Voltaire contra a forma Monárquica, o pobre soberano, não tendo cultura e energia suficientes para defender os princípios de que era guardião, limitava-se a dizer a seus cortesãos: que quereis, meu ofício exige que eu seja monarquista!
A infância de Maria Antonieta teve como cenário a pomposa corte de Viena. A jovem arquiduquesa mostrava ser dotada de um natural bondoso, que se aliava a um gosto acentuado pelos estudos. Ainda é conhecido hoje em dia seu noivado com Mozart, o grande pianista, que, sendo então apenas uma criança de 5 anos, acreditava ingenuamente estar noivo da formosa filha dos soberanos do Sacro Império.
Palácio Schoenbrunn - Viena. Foto: Andreas Schaufler
A diplomacia de Choiseul, o influente ministro do Rei da França, Luís XV, veio, porém, pôr um termo a esta infância sem nuvens, promovendo o casamento de Luís XVI, então ainda príncipe herdeiro, com Maria Antonieta. Evidentemente, o amor não ligara o coração dos jovens príncipes. Tratava-se apenas de um acordo diplomático em que a Áustria, fiel à sua política de casamentos, e visando exclusivamente as suas próprias vantagens, cedia uma de suas arquiduquesas, mediante determinadas compensações por parte da França.
Concluídas as últimas negociações diplomáticas, e feitas as necessárias despedidas, a jovem Maria Antonieta pôs-se a caminho do País do qual viria a ser, futuramente, a poderosa Rainha. Acompanhava-a um séquito brilhante, constituído por tudo quanto a nobreza do Sacro Império tinha de mais elevado. Na fronteira francesa realizou-se a curiosa cerimônia da “entrega da arquiduquesa”. Havia um edifício que se compunha de duas partes absolutamente idênticas, das quais uma ficava em território francês, e outra em território alemão. O séquito da arquiduquesa, penetrando pela porta alemã, conduziu Maria Antonieta até os aposentos onde ela deixou definitivamente seus trajes de princesa do Sacro Império, trocando-os pelos de dama francesa. Assim vestida, Maria Antonieta penetrou, acompanhada apenas pelo embaixador austríaco, na parte francesa do edifício. Aí, toda a fidalguia a esperava, ostentando a incomparável elegância, a imensa riqueza e o requintado gosto artístico que caracterizavam a corte francesa de então.
Luís XVI, então simples príncipe herdeiro, era conhecido pela austeridade de sua conduta, e pela piedade, bondade e honestidade que ornamentavam seu caráter. Seus mais encarniçados adversários conseguiram levantar contra ele apenas três acusações: a de ser apático, glutão e habilíssimo serralheiro. No novo lar principesco, que se formava sem os vínculos de uma afeição profunda, o espírito cristão de que estavam imbuídos os nubentes, supria com vantagem a ausência de amor. Maria Antonieta e Luís XVI sempre foram esposos exemplares que construíram sobre os sólidos alicerces do respeito mútuo e da moralidade absoluta a indiscutível felicidade de sua vida familiar.
Os anos decorridos entre o casamento e a coroação, foram, talvez, os mais venturosos de toda a curta existência de Maria Antonieta.
Formosa, poderosa, rica, bem casada e venerada pelo povo com carinhosa dedicação, a jovem princesa tinha por única ocupação passear pelos suntuosos palácios da coroa de França, trazendo consigo sua corte estouvada e todo o luxo fulgurante de que se cercava constantemente. Entre seus dissabores, neste tempo de venturas, contavam-se as suas freqüentes e interessantes altercações com a condessa de Noailles, sua severa mestra de etiquetas, que a jovem princesa apelidara impertinentemente “Madame Étiquette”. Conta-se que, certa vez, tendo Maria Antonieta caído de um burrico que montava na presença de toda a corte, exclamou rindo ainda deitada no chão: chamem Madame Étiquette, para que me explique como se deve levantar a herdeira do trono da França, quando cai de um burrico.
Princesa de Lamballe
Uma das feições curiosas do caráter da jovem esposa de Luís XVI era seu desejo ardente de possuir uma amiga íntima, confidente de todos os momentos, e de todas as situações. Logo que atravessou os umbrais da porta que separava o passado da arquiduquesa do futuro da princesa de França, seu olhar pousou sobre uma dama de beleza ideal, a princesa de Lamballe, aparentada com a Família Real, e infeliz viúva de um dos fidalgos mais estouvados da França. A Princesa de Lamballe era jovem, formosa e essencialmente aristocrática na graça de seu porte, de uma elegância sem par. Seus olhos, de um azul profundo, refletiam toda a candura de sua alma sem maldade, e a imensa tristeza de sua juventude sem riso. Sua delicadeza era tal que, certa vez, desmaiara de susto diante de uma pintura representando um caranguejo. Esta foi a primeira e a mais sincera das amigas de Maria Antonieta. Pouco depois, porém, era substituída pela frívola condessa de Polignac. A princesa de Lamballe sofreu seu afastamento com a dignidade própria de uma grande alma: não se queixou e não se rebaixou. A princesa de Lamballe só reaparece no cenário decepada e mutilada nas ruas de Paris, quando vinha da Inglaterra, à procura da infortunada mártir, a quem a princesa perdoava, assim, nas amarguras do sofrimento, a infidelidade do tempo de venturas. Aquela que desmaiava diante de um caranguejo pintado, teve ânimo suficiente para arrostar o tufão revolucionário, e morrer pela causa da amiga que, no tempo dos esplendores, lhe fora infiel. A condessa de Polignac, porém, em vez de exercer sobre Maria Antonieta uma influência salutar, arrastou-a a uma jogatina desenfreada. Estava, então, em voga o jogo de azar extremamente dispendioso, chamado Faraó. As partidas de Faraó começavam à noite, na residência dos Polignac, e terminavam com os primeiros albores do dia, aos olhos da população escandalizada pela co-participação assídua da herdeira do trono. Foi esta uma fonte de merecidas censuras dirigidas a Maria Antonieta. Pouco depois, foi descoberta em um baile popular carnavalesco aquela que devia ser Rainha de França, que se divertia, aliás inocentemente, sem se lembrar da dignidade de sua posição. Pouco a pouco, os rumores foram se acentuando, e quando morreu o velho Luís XV, Maria Antonieta subiu ao trono contando já com numerosas antipatias.
Mesmo assim, foi grande o entusiasmo do povo, quando os aplausos anunciaram a Maria Antonieta, a altas horas da noite, que chegara, com o falecimento de Luís XV o momento de ser coroado rei de França e de Navarra o fraco e bom Luís XVI.
As festas da coroação foram um contraste curioso de miséria e pompa. Luís XVI, depois de sagrado e coroado rei de França, na antiquíssima e suntuosa Catedral de Reims, na presença de toda a nobreza e de todo o clero de França, depois de ter sido ungido pelo representante do Santo Padre com o óleo que, segundo a tradição, descera do céu no dia da conversão de Clovis, depois de ter recebido as homenagens dos elementos mais representativos e nobres da nação, saiu da Catedral acompanhado pelo Bispo de Autun, a tocar com suas mãos as chagas de mais de 2000 doentes de toda a espécie, que esperavam enfileirados na porta da Igreja, a saída do Rei que, segundo a tradição, deveria curar, com o simples toque de suas mãos soberanas, determinadas moléstias. Conta-se que, como prenúncio de tristes acontecimentos, a coroa, ao ser colocada sobre a cabeça do Rei, caiu das mãos do Núncio Apostólico, e, atingindo Luís XVI, na testa, feriu-o a ponto de fazer correr sangue.
Com a coroação, começa o longo padecimento da Rainha. O povo sofria fome, e não queria compreender que os gastos da corte eram, em grande parte, necessários para o decoro da Monarquia. O povo, sempre vítima de exploradores de torpe inconsciência, não compreendia que a nobreza gozava grandes privilégios, mas que, em compensação, sustentava a expensas próprias o exército e a marinha, provendo, por outro lado, aos gastos de grande parte da administração. O povo, enfim, não compreendia que o clero, esta classe denodada que sempre lutara pelo bem, contra todos os males, pelos fracos, contra todos os poderosos, e por Deus contra seus inimigos, este clero custeava, sozinho, as despesas dos atuais ministérios franceses da Instrução Pública e dos Cultos. Não, os sofismas de um espírito demolidor como Voltaire, a eloqüência lacrimejante e perversamente oca de Rousseau, haviam gangrenado toda a sociedade francesa. Esta nobreza frívola, que afetava esquecer-se de seu Deus, haveria de mostrar dentro em breve, que se esqueceria igualmente de seu Rei, de seu passado, e do enorme peso de glórias que representavam as nobres tradições de que era depositária. Estes fidalgos, cujos antepassados tinham sido leões, a vida dissipada e irreligiosa da corte os transformara em bailarinos. E o povo, movido pela inveja mais do que pela fome, e esquecido de que representar na sociedade um papel humilde é, também, desempenhar um mandato divino, lança-se furioso contra a organização política da França. O 14 de Julho, a invasão de Versailles por um bando de megeras arrastando atrás de si a vasa da população parisiense, a impor ao Rei fraco o boné frígio, e a insultar baixamente uma monarquia que estava impossibilitada de se defender, o massacre de sacerdotes inocentes, que pagavam com a própria vida o enorme crime de se terem dedicado de corpo e alma ao serviço de Deus, pregando Seu santo Nome e Sua Lei de paz e de amor, o assassinato de diversos fidalgos que não queriam desertar na hora do perigo do trono em volta do qual tinham passado a vida a dançar, este encadeamento horrível de crimes que veio sujar as páginas da História da Humanidade, abateu porventura a rainha de França, a filha dos altivos Habsburg? Nunca! Nunca, esta boneca de porcelana dos bailes do Trianon dobrou sua cabeça diante da ignomínia de seus inimigos. Nunca, nem um só momento, a soberana destronada deixou de ser Rainha, pois que, maior no sofrimento do que na glória, demonstrou, ao afrontar desarmada e com o filho no braço aqueles bêbados furiosos que invadiam os paços reais, que era de uma raça que não teme o perigo, máxime quando encarna uma causa justa.
Execução do Rei Luiz XVI
Arrastada a realeza na lama de Paris, vergada a fraca personalidade de Luís XVI sob o peso do infortúnio, o único baluarte da resistência era Maria Antonieta, que, fazendo de sua desdita um trono fulgurante para sua personalidade, afronta impávida, enorme, diante do sofrimento, armada apenas com a couraça sublime da fé e da resignação cristã, a onda que ia submergir a França. Até o último momento, esta soberana quis salvar seu trono, não por interesse pessoal, mas por amor ao princípio monárquico. E isto ela o fez sem vacilar, encorajando a todos, e nunca desesperando, mesmo quando a população a arranca das Tulherias, onde estava detida, e a conduz, ao som dos clamores e apupos da plebe, à sombra mortal da lúgubre prisão do Templo, mesmo quando é obrigada a ver, transida de horror e de remorso, a cabeça da denodada Princesa de Lamballe, de olhos vazados, cabeleira empoada e salpicada de sangue, e lábios lívidos, introduzida na ponta de uma haste, entre as grades da janela de sua masmorra, como testemunho da morte atroz e imerecida de sua melhor amiga.
Eis, senhores, sua tortura de Rainha. Foi completa, nada faltou, e tudo ela suportou com calma e resignação, arrancando, de quando em vez, brados de admiração de seus próprios adversários.
Como esposa, Maria Antonieta sofreu o maior dos martírios. Seu marido, ao qual ela dedicava todos os sentimentos de uma esposa católica exemplar, depois de ser alvo das mais cruéis afrontas, foi, enfim, arrastado a uma morte gloriosa para os pósteros, mas que parecia então absolutamente deprimente. De sua prisão do Templo, ouviu Maria Antonieta, certamente, o rufar dos tambores anunciando que a Convenção Nacional, em nome da igualdade, destruía o inocente representante da realeza, em nome da liberdade o impedia de se despedir, à beira do túmulo, de seu povo a quem muito amara, e em nome da fraternidade lhe iria tirar a vida na guilhotina.
Mas, senhores, foi a mãe que, em Maria Antonieta, sofreu as mais horrorosas torturas. Quando a Convenção foi separar Maria Antonieta de seu filho, esta, durante duas horas, cobrindo com seu corpo o do inocente principezinho, lutou contra o brutal sapateiro Simon e seu bando sinistro, só abandonando o filho quando, de todo em todo, lhe faltaram forças para resistir. Longos foram os meses da separação. Só, terrivelmente só, presa à vista em um quarto horrível da prisão do Templo, a infeliz mulher tinha como consolo único, e aliás poderoso, sua oração. Até hoje, conserva a França seu livro de Missa, sobre o qual caíram, com certeza, as lágrimas amargas daquela mãe que, no auge da infelicidade e do abandono, soube sempre agradecer a Deus o desamparo em que se encontrava.
Finalmente, foi ela processada pelo “Comité de Salut Public”, por trair a pátria, por ser uma nova Catarina de Médicis, por ser má esposa e mãe (…).
Guilhotina móvel
No processo, culminou o seu padecimento. O seu filho, embrutecido pelo álcool, tornou-se um verdadeiro animalzinho, que tinha como único e constante sentimento o medo. Imagine-se a cena: sobre um estrado, sentados os algozes que, no processo, se intitulavam juízes. Numa série de bancos, meia dúzia de indivíduos repugnantes, cheirando a álcool, desempenhavam o papel de jurados. A Rainha, magra, em uma longa roupa preta, de cabelos brancos inteiramente, velha na sua mocidade abatida e triste, entra com toda a majestade de sua decadência ainda altiva, ainda bela, e sempre digna e invencível, nesta jaula onde sua reputação e seu coração de mãe vão ser estraçalhados pelas feras mais desalmadas da História francesa. O interrogatório começa brutal, felino, perverso. A Rainha, ou responde com dignidade, ou se cala, desdenhando com seu silêncio a infâmia de certas acusações. Eis que é introduzido na sala o príncipe herdeiro dos tronos de França e de Navarra. Calçado de toscos tamancos, com um boné frígio na cabeça, um ar embrutecido e tristonho de quem, há muito, padece todos os horrores da barbaridade de um carrasco como Simon, e com a fisionomia estúpida dos alcoólatras inveterados, com uma voz chorosa, lança contra a mãe as maiores injúrias. Eis, senhores, o cúmulo do sofrimento. A cena, horripilante em si, dispensa comentários. Dir-vos-ei somente que a Rainha, num brado magnífico de coração de mãe ulcerado pela mais atroz das dores, lança, na eloqüência de sua alucinação, no horror de seu padecimento dantesco, um apelo a todas as mães presentes, perguntando-lhes se acreditam nas injúrias do menino. E, como se a natureza humana, no fundo daqueles corações de megeras, comprimida por muito tempo, explodisse enfim, foi na sala uma chuva de aplausos, e um delírio de entusiasmo daquele povo que fora ao tribunal para assistir feroz ao desenrolar do processo, toma-se subitamente de um formidável entusiasmo por sua vítima, e Maria Antonieta, no banco dos réus, no auge da ignomínia recebe uma formidável e sincera ovação de seus algozes. Que dizer, senhores, deste lance histórico?
"Última Comunhão da Rainha Maria Antonieta" - Óleo de Michel-Martin-Drolling. 1816 - Capela Expiatória, Conciergerie Paris
Veio, enfim, a morte. Deus, na sua imensa bondade, preparara no Céu o lugar digno daquela que tanto tinha sofrido, amando-O mais quando lhe enviava penas, do que na plenitude de seus prazeres. No dia 16 de outubro de 1793, cessou seu longo martírio, na guilhotina cuja lâmina, ao mesmo tempo criminosa e caridosa, cortou o fio de sua extraordinária existência.
Assim terminou a soberana mártir, cuja história lembra um minueto delicado e palaciano cujas notas harmoniosas fossem bruscamente abafadas pelo rugido pavoroso de uma horrenda farândola revolucionária.
(Discurso do Prof. Plinio Corrêa de Oliveira na Academia Mariana em São Paulo – 1928)
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Tradução: Maite Tosta
Você não precisa ser bem vestida ou ter muito dinheiro para aparentar e ter classe. Classe vem do interior. São suas ações, reações, expressões faciais, habilidade de aceitar um elogio, recusar um convite e sobretudo como você se conduz na vida. Conheci muitas mulheres que são ásperas, precisam aparar as arestas, e muitas vezes realmente rudes e completamente longe de serem uma “lady”. Por outro lado, tenho tido o prazer de conhecer muitas mulheres que são educadas, gentis, prestativas, respeitam os outros, têm expressões faciais agradáveis e certamente sabem aceitar um elogio. Essas espécies raras de mulher simplesmente tomam a decisão de serem classudas, com ou sem dinheiro. Com as minhas observações e pela educação que recebi, isto foi o que aprendi…
1. SORRIA! Sorrir cria um ambiente mais agradável para aqueles ao seu redor e também mantém seu astral lá em cima, independentemente do que a vida lhe reserva a cada dia.
2. Aprenda a ser elogiada. Muitas mulheres desdenham os comentários bem-intencionados de outra pessoa sobre suas conquistas, trabalho, beleza, guarda-roupa, casa, e a lista continua. Elas fazem isso com a resposta e com a atitude “não é nada demais”. Você trabalha duro todos os dias e se compromete tanto quanto as celebridades de Hollywood; eles aceitam seus prêmios Oscar e Emmy por sua dedicação e conquistas. Educadamente agradeça e sinta-se bem consigo mesma.
3. Ninguém gosta de uma “lavadeira”. Se você não conhece a expressão, deixe-me explicar. A “lavadeira” é aquela mulher que grita com o marido, com os filhos, e xinga até que tudo e todos estejam no lugar. Isso não é nada atraente. Substitua a raiva, os gritos e a fúria com suavidade e graça. Peça a seus filhos, esposo ou amigos para fazer algo para você calmamente, com um tom educado. Não estou dizendo para fingir ser o que não é, mas simplesmente ir em uma direção que traga mais classe e respeito àqueles ao seu redor.
4. Atenda o telefone como se um galã estivesse ligando. Seja educada e simplesmente diga “Boa tarde, fulana falando”. Você assim cumprimenta a pessoa do lado de lá da linha e os deixa saber quem está falando. Detesto ouvir um “Alô?!” em um tom exasperado, ou um que implicitamente diga “você ligou em uma péssima hora, o que você quer?” Se for realmente uma má hora, não atenda o telefone. Deixe cair na caixa postal ou deixe a secretária eletrônica atender e retorne em um momento oportuno. Você pode acabar dizendo algo que não diria em outro momento e se arrepender mais tarde.
5. Palavrão nem pensar. Mulheres de classe não xingam que nem marinheiros bêbados, simplesmente não rola. Elas usam vocabulário criativo ou descem o tom quando pensam algo terrível. Por exemplo: Alguém te fecha no estacionamento e quase causa um acidente. Não coloque a cabeça para fora da janela e diga “Vá para a $%¨%$#@!!” fazendo aquele sinal com o dedo, fique na sua. Não importa o quanto você esteja com raiva ou irritada não perca o controle e xingue. Não só não é digno de uma dama (nem de um homem, é total falta de educação) e se você estiver com as crianças no carro elas vão aprender e repetir.
6. Não se embriague. Comemorar com os amigos e a família com uma ou duas taças de vinho não é uma falta, se você se garante. Ficar bêbada numa festa e dançar e cantar em cima da mesa é tão vulgar. Você não vai gostar do que as pessoas dirão de você e o que eles vão lembrar depois. Não vale a pena! Mulheres de classe sabem seus limites, bebem dentro de seus limites e quando elas os atingem bebem água com gás, soda com limão, etc, para socializar sem causar um acidente na volta para casa.
7. Seu guarda-roupa é relevante. Você não precisa ter muito dinheiro para ser uma mulher de classe. Simplesmente use com orgulho o que você possui, use sua melhor cara e saia no mundo. Se suas roupas têm fios puxados, manchas que não conseguiu tirar e costuras rasgadas nas calças, obviamente você não tem o capricho que outros têm. Sempre use roupas limpas, passadas sem fios, rasgos, manchas ou surradas. Ao invés, escolha uma combinação que você sabe que fica bom e acrescente algumas coisas básicas: rímel, batom (ou gloss), e um pouco de blush.
8. Fale de forma eloquente. Não há necessidade de falar gíria. Aprenda a sua língua propriamente e se esforce para usar seu melhor vocabulário diariamente. Você tem cérebro e recebeu educação, deixe que suas palavras reflitam isso. Use palavras completas. Com ou sem sotaque, as palavras querem entender o que você diz. Fale claramente e com palavras inteiras.
9. Recusando um pedido. Há momentos na vida em que estamos simplesmente muito cansadas, sem interesse ou sem condições financeiras para participar de um evento ou atender a um pedido. A maioria das mulheres só diz Ok, eu vou, ou estou dentro, porque elas não querem que pensem que elas são grosseiras. Não há nada de errado em tirar um tempo para você, desde que expresse isso da maneira correta. Por exemplo: Sua avó te pede para guardar algumas coisas com você, já que ela está se mudando para uma casa de repouso, mas você não tem espaço e não gosta delas, de qualquer forma. Simplesmente diga “Vó, são tesouros, realmente. Eu adoraria, mas não posso.” Isso não dá margem para discussão sobre o tamanho do seu apartamento, ou sobre gosto. Se ela pedir novamente, repita as mesmas palavras: “Eu adoraria mas não posso”.
10. Caminhe com confiança. Seja entrando ou saindo de uma sala, fazendo compras ou enchendo o tanque do carro, cabeça erguida. Sério! Mantenha a cabeça erguida, os ombros para trás, a coluna alongada e reta e barriga para dentro. Ande graciosamente até seu destino sempre com um propósito. Mulheres de classe sempre parecem ter chegado de Paris naquele minuto e estão na cidade somente por dois dias para agraciá-lo com sua presença.
11. Arrume as unhas. Não há nada pior que ver alguém com unhas sujas. Isso diz muito sobre a sua saúde, higiene pessoal e o quanto se importam consigo mesmos. Unhas amareladas, descascadas e quebradas de qualquer comprimento não são legais. As pessoas veem seu rosto e suas mãos não importa o quanto o resto de você está coberto. Mantenha suas unhas curtas e asseadas. Ver o branco das unhas é importante, então mantenha-o! Invista em um par de cortadores de unha e mantenha-as sempre aparadas. Tenha uma lixa sempre à mão em sua bolsa, caso uma unha quebre. Evite o amarelado das unhas deixando-as sem esmalte por alguns períodos de tempo; se tiver este problema, mergulhe-as em uma solução de bicarbonato de sódio e suco de limão. Uma vez lixadas e passada a base, use duas camadas de esmalte de cor neutra, como um nude.Use uma cobertura para prevenir a descamação e pronto. Francesinha tem mais classe, se você pode pagar uma manicure. Felizmente depois de pintar minhas unhas por 20 anos eu dominei a arte de fazer minha própria francesinha. Se seu esmalte escuro está descascando, melhor tirar tudo e ficar sem esmalte ou usar base do que sair assim. O mesmo vale para os dedos dos pés e pedicures, com a diferença de que estes seguram o esmalte por 3 ou 4 vezes mais, então você pode deixá-lo mais tempo e só ir retocando quando necessário.
12. Seja limpa e asseada. Há muitas mulheres que arrumam tempo para a TV, compras, limpeza da casa e para tudo debaixo do sol menos para cuidar de si mesmas. Mulheres de classe não são porcas. Elas não dormem de maquiagem à noite e escovam os dentes e passam o fio dental regularmente, e cuidam da saúde. Primeiro, o banho diário é um “must”. Estar limpa não é para os outros que sentem seu cheiro, mas para que se sinta limpa e fresca e pronta para dar o melhor de si. Em segundo lugar, você deve lavar seu cabelo pelo menos dia sim, dia não. Se você deixa ele sem lavar mais do que isso, seu cabelo ficará seboso e com a aparência de grudento (geralmente na parte de trás da cabeça onde você não olha). Vejo isso o tempo todo no trabalho, uma mulher bem vestida, bem maquiada e de cabelo sujo – acaba com o visual. Há algumas vezes em que não tem jeito, quando nos dias em que você acordou atrasada – não se preocupe, use o cabelo preso para que seja menos visível.
Vá à luta e seja o seu melhor !
Para mais artigos sobre como se vestir com classe com pouco dinheiro, visite o blog da autora.
«Se o corpo é expressão da alma, a educação do corpo levará a apresentá-lo como manifestação adequada do ser espiritual da pessoa. A intimidade pessoal tem também um reflexo na intimidade corporal. (…) O pudor é o aspecto da educação que nos leva a apresentar-nos, sempre como pessoas com alma e corpo. É a defesa do aspecto pessoal do corpo, é evitar que apareça como simples objecto sexual. Uma vez que essa experiência do corpo como simples objecto apetitoso está dentro das possibilidades normais de qualquer pessoa, quando nos apresentamos junto dos outros procuramos evitar-lhes que caiam numa consideração meramente animal do nosso próprio corpo. E assim evitamos ser considerados como animais. Porque o nosso corpo é parte da nossa pessoa. O pudor consiste em apresentar o carácter pessoal do corpo. O impudor consiste em apresentar-se como objecto sexual, em destacar o estritamente sexual, de maneira que chame a atenção do outro de maneira imediata.As leis do pudorPara saber o que é o pudor e o impudor no homem e na mulher, cada um deles deve ter em conta a diferença natural de percepção do outro. Já referimos que o homem reage naturalmente, de modo automático, perante os valores meramente carnais do sexo feminino, enquanto que a mulher não sente habitualmente essa mesma atracção imediata perante o corpo do homem.Por outro lado, o que é pudico ou impudico depende da situação em que nos encontramos e da função que tem que cumprir o vestuário. Não é o mesmo estar a tomar banho que estar numa festa. O que é perfeitamente apresentável como fato de banho, é totalmente inadequado como fato de festa. Aparecer numa festa de sociedade em fato de banho, é apresentar-se de modo impudico, destacar o estritamente sexual. E assim o sentirão todos os presentes.O pudor não se pode reduzir, portanto, a centímetros de roupa. Depende de um conjunto de factores que influem na percepção que os outros têm de nós. Depende das diversas situações e da função do vestuário e depende também dos costumes no modo de vestir. Se, numa sociedade em que todas as mulheres andassem com as saias até ao tornozelo, uma se apresentasse com a saia a meio da perna, chamaria a atenção. E a atenção recairia sobre aspectos significativamente sexuais.Por outro lado, as mesmas mulheres que andavam com as saias até ao tornozelo, quando chegava a hora de ir trabalhar para a horta, não tinham nenhuma dúvida em recolher as saias, pois a situação assim o exigia, para não estragar a pouca roupa que tinham. E ninguém considerava que aquilo fosse impudico. Se todas as mulheres andam com a saia a meia perna, isso não chamará a atenção, nem provocará uma consideração basicamente sexual do corpo. Mas nem tudo é uma questão de costume. Há certas leis características da percepção que reclamam a atenção sobre um ou outro aspecto do corpo. Determinados tipos de decotes ou mini-saias, roupas cingidas, etc., não podem deixar de chamar a atenção sobre os aspectos provocativamente sexuais do corpo feminino. E não é questão de mais ou menos roupa. Pode ter mais roupa e menos pudor. Podemos ver isso, nalguns casos, na nossa sociedade.Isto é também o caso de certas tribos sem cultura nem técnica, que habitam em zonas húmidas e quentes. As circunstâncias de ambiente e a sua falta de técnica tornam impossível a roupa adequada, pelo que andam quase nus. O pudor costuma expressarse dissimulando o estritamente sexual, mediante uma simples faixa. Mas quando uma mulher quer chamar a atenção do homem, o que faz é precisamente cobrir o peito. As leis da percepção fazem que isso chame mais a atenção, uma vez que nunca anda coberta. E o que não se vê, mas se imagina, é mais provocativo que o que se vê normalmente, porque as circunstâncias fazem que esse modo elementar de vestir seja o único possível e, portanto, que seja pudico. Nessas circunstâncias, a percepção do conjunto da sociedade está habituada a expressar o pudor e o impudor sempre da mesma maneira.Uma percepção deste género seria impossível num lugar como o nosso, no qual o clima exige cobrir-se em determinadas épocas. O simples facto de andar vestido em certas alturas altera totalmente a percepção da intimidade corporal. Se estamos habituados a ver-nos vestidos, a nudez tem um significado totalmente diferente, destaca uma “disponibilidade” sexual que não se apresenta na percepção de quem por necessidade anda habitualmente nu. Há aqui uma legalidade natural que nenhuma vontade pode alterar, nem sequer pelo desejo de uma pretendida naturalidade.O natural para o homem depende da sua formação cultural, pois essa formação altera a sua constituição neuronal e estabelece modos naturais de percepção, dificilmente alteráveis. O fenómeno contemporâneo da perda do pudor e do nudismo é algo totalmente diferente da nudez habitual e constante dos “bons selvagens”.A intimidade corporal e a entregaUma vez que as condições ambientais, técnicas, culturais, estabelecem as leis próprias do pudor, define-se espontaneamente a fronteira entre o pudico e o impudico. E estabelece-se o limite natural da intimidade pessoal. O vestuário tem a função de personalizar o corpo, de expressar a própria personalidade. Por isso tem a função de estabelecer o grau de relação com uma determinada pessoa. Quando as leis do pudor estabeleceram o que define a intimidade corporal, estabelece-se uma união entre a intimidade pessoal e a intimidade corporal. As duas caminham a par, porque a pessoa é ao mesmo tempo corpo e espírito. Quando se entrega o corpo, entrega-se a própria pessoa. E quando se abre a intimidade corporal, abre-se a intimidade pessoal. Separar esses dois factores produz uma ruptura interior da pessoa. Como a pessoa é indissociavelmente corporal, para criar um espaço de intimidade espiritual, de riqueza interior pessoal, tem de se criar um espaço de intimidade corporal. Todos os torturadores sabem que a nudez corporal é um modo muito eficaz de rebaixar e destruir a dignidade e a resistência interna das pessoas. Quando uma pessoa não defende a sua própria intimidade corporal, isso significa que não tem uma intimidade pessoal a salvar.A prostituição destrói o mais íntimo das pessoas, por isso provoca tanta pena ou tanta repugnância. Quem entrega o corpo sem entregar a alma, prostitui-se. Quem entrega a intimidade corporal sem entregar a intimidade pessoal, prostitui-se.Por isso, a nudez, a abertura da intimidade corporal, deve estar sempre ligada à entrega mútua e total da própria pessoa, que se realiza no matrimónio. A nudez é sinal de abandono e entrega plena, por isso tem de haver uma entrega mútua e para sempre; doutra forma, haveria prostituição por parte de um ou de outro. Se a nudez não é expressão de uma entrega pessoal, então é porque essa pessoa se está a apresentar perante os outros como simples objecto, com o seu inevitável valor sexual em primeiro plano.»(Mikel Gotzon Santamaría Garai, "Saber Amar com o Corpo")
Que as mulheres católicas querem no dia dos namorados
Entrevista com a colunista americana Rebecca Ryskind Teti
Por Genevieve Pollock
HAYATTSVILLE, domingo, 14 de fevereiro de 2010 (ZENIT.org).- O dia de São Valentim (dia dos namorados nos EUA e em muitos outros países) celebra-se este domingo. Muitos homens correm para preparar algo que reflita o significado de seus relacionamentos.
Perguntam-se: será que ela quer algo material este ano, como joias ou rosas, ou melhor, um passeio noturno?... Será que ela tem me dado sugestões que eu não escuto?
ZENIT perguntou a Rebecca Ryskind Teti, esposa e mãe, que revela o que as mulheres realmente querem nesta data de 14 de fevereiro. Teti, que tem um blog atualizado diariamente em www.faithandfamilylive.com, perguntou a suas leitoras, mulheres de todo país, sobre seus planos e espectativas para o domingo.
Teti, também colabora em Faith & Family Magazine e é colunista da seção In Good Company da Catholic News Agency.
–Com a proximidade do dia de São Valentim, estamos sendo bombardeados com anúncios de televisão que dão a impressão de que todas as mulheres querem neste dia 14 diamantes e telefones celulares. Essas coisas materiais fazem realmente as mulheres felizes? O que faz as mulheres felizes ?
–Teti: Os presentes ajudam! Os anúncios exageram para vender produtos concretos, mas na medida em que um presente é uma amostra de algo mais profundo - de amor, afeto ou reconhecimento - com certeza é muito agradável.
A publicidade às vezes nos ofende com a ideia de que as mulheres vivem para os presentes, de que os presentes têm de ser extravagantes para valer.
Não devemos descuidar do argumento positivo que também está presente, que tivemos um tempo para demonstrar à pessoa amada nosso apresso.
As coisas materiais não têm poder de nos fazerem felizes, mas fazem que nossa rotina diária saia um pouco do convencional. Não somente vivemos de pão, porém damos graças pelo pão.
–O que as mulheres desejam, especialmente as católicas, no dia de São Valentim?
–A maioria de nossas leitoras menciona que espera as satisfações simples: um cartão, chocolate, talvez uma rosa. Algumas estão esperando uma oportunidade para sair, enquanto outras esperando uma noite tranquila em casa.
Independentemente da forma de sua imaginação, contudo, o que todas as mulheres casadas que responderam querem é passar um tempo com seus maridos. O desejo parece ser o de romper a rotina diária das tarefas e obrigações, e somente poder desfrutar da companhia do outro por um tempo.
Uma mulher, rindo, pedia brincos de zafira, mas disse que não os esperava este ano. Estava pensando em muitos anos pela frente - talvez um extravagante dia dos namorados que pudesse acontecer uma vez em sua vida de casada.
–O que buscam particularmente as mulheres em seus maridos?
–Teti: Essa é uma pergunta que tem uma resposta grande! Vou limitar minha resposta a algo que se restrinja ao dia dos namorados.
Graças à “Teologia do Corpo”, do venerável João Paulo II, a Igreja compreende mais profundamente que nunca o sentido da linha do Gênesis: “homem e mulher os criou”.
Em outras palavras, o homem e a mulher juntos apresentam à humanidade uma imagem de Deus.
A vocação da mulher é a de revelar a beleza de Deus ao mundo.
A mulher foi feita para ser bela. A ênfase de nossa cultura na beleza física não é equivocada, muito pouco profunda e frequentemente mal dirigida.
A maneira mais profunda que demonstra como uma mulher é bela é quando revela aos demais sua própria bondade, ensinando o amor que Deus tem para eles. Esse é o “gênio feminino”: revelar a bondade da pessoa humana, e portanto a beleza de Deus.
O que a Madre Teresa de Calcutá fez pelos pobres, cada mulher pode fazer em seu meio de vida, e certamente cada mãe o faz em sua casa por seu marido e filhos.
Este é o mais satisfatório e feliz “trabalho” das mulheres, mas há em cada mulher a necessidade emocional de sentir que sua beleza é apreciada.
Uma das melhores coisas que um homem pode fazer por sua esposa é lhe dizer que é bela. Esse é o verdadeiro significado de um gesto romântico para a maioria das esposas, eu penso: É um sinal de que não seja apreciada como cozinheira ou motorista, mas amá-la como esposa.
–O dia dos namorados tem suas raízes no cristianismo. Na verdade, existem vários santos chamados Valentim que foram mártires da Igreja primitiva. O que acontece com essa festa cristã, que tanto apela para a cultura popular que tem sido tão bem acolhida?
–Teti: Creio que temos de agradecer ao escritor Geoffrey Chaucer por isso. Mas não se sabe muito sobre qualquer um dos santos chamados Valentim.
–Na cultura popular, pode parecer que o dia dos namorados foi convertido em um dia sobre o sexo e sobre ser sexy ao invés do amor. Há lugar para essas duas ideologias nessa data?
–Teti: O catolicismo não é puritano. O enfoque da cultura católica sempre foi associado com a aceitação do que é saudável e superar o que está ruim com o bem.
É claro, não há necessidade de celebrar o dia de São Valentim, não é um dia de preceito!
Mas para aqueles que escolhem celebrar, não há nenhuma razão para que não possa ser uma oportunidade de celebrar o amor humano em todas suas dimensões - incluindo a romântica e a erótica, que são parte do que Deus deixou como dom para maridos e esposas.
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Por Interprensa/Ed. Quadrante | ||||||
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Na obra "Marianela", de Perez Galdós, a protagonista pergunta ao cego a quem serve de guia se ele sabe distinguir o dia da noite. O cego responde: "É dia quando você e eu estamos juntos; é noite quando nos separamos". Marianela é uma jovem deformada por um acidente sofrido quando pequena. Somente seu amigo cego podia ver a beleza de seu interior sem se ater à superficialidade do seu corpo deformado. A cegueira dos olhos físicos era o princípio de luz de seus olhos interiores para ver os outros. Não julgava pela impressão sensível. Julgava pela beleza segundo a estatura moral da pessoa. Interessante forma de apreciar o mundo. Uma lição serena para uma sociedade ocidental tão angustiada pelo cuidado estético e, paradoxalmente, tão superficial no cultivo da interioridade. A beleza continua a ser uma enorme preocupação feminina. Mas, o que é realmente belo? APROXIMAÇÕES DO CONCEITO No século V a.C, os sofistas definem a beleza como "o que era agradável à vista ou ao ouvido". Com essa definição, a "beleza" começa a distinguir-se do "bom". Mais tarde, os estóicos propõem uma nova definição: "aquilo que possui uma proporção apropriada ou uma cor atrativa". Aristóteles define a beleza como "aquilo que, além de bom, é agradável". Como vemos, enquanto os sofistas privilegiam o atrativo sensível que provoca o objeto belo, os estóicos ressaltam o equilíbrio interno entre as partes do objeto. Aristóteles, por sua vez, assume uma postura intermediária que concilia ambas as teorias. Junto a estas tentativas de definir a beleza, a Antigüidade agregava outros elementos, tais como a proporção, o ordenamento das partes e as inter-relações que se estabeleciam entre elas. A esta proporção, cujo fundamento está inscrito na mesma natureza e cujo paradigma máximo é o corpo humano, dá-se o nome de "simetria". Retomando a idéia de "iluminação" como parte substancial da beleza, São Tomás de Aquino fala da beleza como "esplendor da forma". Sempre houve uma associação natural entre bondade e beleza. VARIÁVEL COMO A MODA Apesar disso, o conceito de beleza muda segundo as culturas e os tempos. Na antiga literatura chinesa, o conceito de "mulher bela" se refere a um ser delgado e frágil. Em um país como o Japão, a definição de beleza também parece ter variado segundo a época. As mulheres bonitas que foram representadas em impressões em madeira durante o período Edo, tinham uns rostos compridos, olhos largos e bochechas grandes e proeminentes. Não obstante, no período posterior à Segunda Guerra Mundial, as mulheres de aparência masculina passaram, de repente, a ser consideradas atrativas. Isto falando brevemente da beleza de traço oriental. Nem sequer podemos compará-la aos moldes ocidentais do século XXI, no qual a mulher pálida... Como é possível haver estandartes de beleza feminina tão diferentes na sociedade? As mulheres têm a tendência a cair na armadilha que as faz querer se encaixar no molde de "beleza" estabelecido pelas tendências sociais de cada época. O propósito desta interminável busca, e o objeto ao qual se busca, costumam ser esquecidos. Que beleza se busca? A do parecer ou a do ser? Para quem essa beleza é conquistada: para quem a adquire ou para os outros? DIFÍCIL ESQUECER A APARÊNCIA Hoje em dia vemos rostos com sorrisos artificiais, operações cirúrgicas para evitar as rugas, lipoaspiração, injeções de silicone para modelar corpos que não têm outro defeito a não ser o desgaste natural provocado pelo tempo. Venderam-nos uma imagem de mulher que valoriza a aparência, mas se esquece "dela", da mulher como pessoa. À força de ver modelos esbeltas, sem nenhum defeito externo e com medidas impossíveis, aceitamos que o ideal de beleza que nos permite entrar pela porta grande do mundo é semelhante ao da Miss Universo coroada no concurso do ano. E ainda que muitos de nós concordemos ao ler idéias semelhantes a estas - e inclusive criticamos o uso que se faz da mulher na publicidade - no fim, caímos no mesmo jogo que nos é proposto e somos os primeiros a preocupar-nos com a passagem do tempo (e não precisamente porque nos aproximamos da morte). Inquietam-nos os primeiros cabelos brancos ao cruzar o umbral dos 30, dos 40, dos 50 anos. No fundo também nós identificamos juventude e beleza, porque nossa bandeira estética também se reduz à margem do superficial e sensível. Onde está a luz do dia interior da qual fala o cego? Por que não a vemos? Porque esta luz deve ser procurada com olhos interiores, em silêncio e na quietude que permite ver o invisível, que é realmente valioso. BASTA SABER OLHAR BEM O rosto de uma mulher que foi marcado por numerosas tormentas da vida pode ser belo. Seja qual for sua idade, a beleza de uma mulher que resistiu às dificuldades da vida brilha com um esplendor que se destaca, tal como ocorre com os vincos da madeira, cuja beleza tende a ser mais profunda com o passar dos anos. Há rostos de mulheres anciãs que irradiam algo que não se vende em nosso século: uma beleza pacífica, serena. Essa beleza cresce com o tempo, porque o tempo aquilata e purifica o que nos faz grandes: a capacidade de amar que possui o ser humano. O passar silencioso e constante dos anos engrandece a mulher que viveu em ordem ao "dar-se" e não ao "buscar-se". Por isso, um rosto ancião pode ser atrativo. Talvez detrás de olhos compassivos se escondam muitas lágrimas; detrás de rugas maquiadas se oculta muita dor, porque o amor é doação, é buscar o bem objetivo do outro. Por isso, com freqüência, o amor dói. O amor não é uma maquiagem que se tira de noite; sua marca na pessoa é indelével e não se apaga com o passar do tempo. Mais além dos sentimentos, da emotividade quase de origem física, esta capacidade oculta no ser humano lhe permite eleger livremente o que é difícil, doloroso e desinteressado, apenas para fazer alguém feliz. A mulher, que por vocação está chamada a educar o homem na arte do amor desinteressado, é verdadeiramente bela quando é fiel a si mesma, ainda que seu cabelo faça reluzir a cor branca e suas mãos estejam trêmulas. Dizia Agostinho de Hipona: "apenas a beleza agrada". E se não é muita pretensão, podemos acrescentar: "apenas a beleza interior agrada sempre". | ||||||